Empresas devem promover equilíbrio e troca de experiência entre gerações

Por ACI: 10/06/2022

O Comitê de Governança e Sustentabilidade da ACI realizou nesta quinta-feira, 09, no Mamom Autotrading, em Novo Hamburgo, happy hour com o tema Conectando gerações: como integrar e potencializar os talentos de juniores e seniores para gerar valor ao negócio? O evento foi aberto pela vice-presidente Maria Cristina Bohnenberger, que deu as boas-vindas, agradeceu a todos pela presença e destacou o objetivo de promover a troca de experiências, em diferentes empresas, como forma de conhecê-las.

Após a apresentação dos participantes, houve um bate-papo orientado pela psicóloga, professora na Universidade Feevale e consultora de recursos humanos e gestão de pessoas Cristine Kassick sobre “gerações” e o mercado de trabalho atual, especialmente a convivência de diferentes gerações num mesmo cenário.

“Um dos primeiros pontos de conflitos é que, pela primeira vez, os mais jovens sabem mais do que os mais velhos em um assunto tão importante, a tecnologia”, disse Cristine. Pedro Henrique Fischer, um dos participantes, acrescentou que as gerações mais novas têm acesso a informações de forma diferente e o marketing digital possui grande destaque.

Cristine citou uma matéria recente, segundo a qual o número de influenciadores digitais empata com o de médicos no país. A pesquisa considerou pessoas com mais de 10 mil seguidores. Cristina Pacheco, outra participante, enfatizou que o lado positivo é a pulverização das informações e o acesso que todos possuem a elas, apesar dos desafios que isso traz para a grande mídia e as ações das empresas.

Maria Cristina destacou as expectativas da geração Z, como liberdade, flexibilidade de horários e autonomia, e indagou como dar conta disso, daqui há 10 anos, considerando as especificações de cada negócio. Cristina Pacheco lembrou que, nas gerações anteriores, considerava-se a necessidade de se esforçar muito para crescer, enquanto nas gerações mais novas espera-se uma posição pelo que o indivíduo é e não pelo que ele fez.

“O ideal é o equilíbrio destes extremos. Nem a pessoa precisar se esgotar e esperar muito tempo e nem conquistar sem esforço rapidamente”, disse Cristine, ressaltando que os jovens têm anseio por desafios e reconhecimentos, enquanto as gerações anteriores priorizavam cargos. Reforçou que, neste momento, as empresas precisam administrar mais comportamentos e emoções do que técnicas e apontou que os mais jovens estão entrando mais tarde no mercado de trabalho, não possuem experiências e não recebem as mesmas orientações no ambiente familiar que outras gerações recebiam, por isso o desafio é tão grande.

Para o grupo, o autoconhecimento é importante, assim como a clareza daquilo que cada um quer.

Maria Cristina ponderou que talvez o papel das empresas seja propiciar momentos de trocas entre as diferentes gerações, para que todos possam se sentir vistos, importantes e úteis na busca pelo propósito. Lembrou do Iceberg da cultura organizacional, de Edgar Schein. O iceberg possui a parte pequena e visível na superfície da água, o que corresponde, em uma organização, aos artefatos práticos e facilmente identificáveis, que fazem parte do dia a dia da equipe. Quando o iceberg começa a imergir, corresponde aos valores da empresa. Na parte mais profunda do iceberg, encontram-se as crenças e suposições que configuram a real cultura da empresa, nesta parte que normalmente estão os colaboradores com mais tempo de casa.

Conforme outros participantes, é importante que os colaboradores se sintam vistos, reconhecidos e recebam feedback dos seus superiores no trabalho. Por fim, avaliaram positivamente o formato do evento, que propiciou muitas trocas de forma leve e trouxe reflexões para uma discussão tão importante.

 

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