CEO da Fiber revela como inovou em meio a crises e vendeu 4 milhões de máscaras

Por ACI: 04/03/2024

O empresário Gustavo Dal Pizzol, CEO da Fiber Tecidos Técnicos, com sede em Campo Bom, foi o convidado para a reunião mensal do Comitê de Jovens Empreendedores, nesta segunda-feira, 04, coordenada pela vice-presidente Marceli Luana da Rosa. Abordando o tema Inovação em meio a crises, Gustavo narrou sua trajetória profissional, iniciada aos 15 anos, em Farroupilha, na serra gaúcha, e como construiu, no Vale do Sinos, onde chegou em 2006, uma das empresas mais inovadoras da região.

A Fiber ganhou destaque, no Brasil e em outros países, ao lançar uma linha de máscaras inovadoras logo no início da Covid, em 2019, que vendeu 4 milhões de unidades. Atualmente, a linha de produtos compreende calçados, mochilas e bags, meias, vestuário e acessórios com perfil sustentável e inovador.

Para chegar ao estágio atual, Gustavo teve que superar mais do que uma dívida de R$ 500 mil herdada da falência da empresa familiar que estava em seu nome. Teve também que reinventar o negócio. Mudou-se para Novo Hamburgo para ser sócio do estúdio de um renomado estilista de calçados na época, em que permaneceu até 2011. Naquele ano, inaugurou seu próprio estúdio, denominado de Top Shoes, que obteve sucesso na criação de coleções para diversas marcas, inclusive do exterior.

A empresa foi a primeira do país a adquirir uma máquina de tear retilíneo para produzir cabedais para seus próprios calçados. A transformação do negócio em indústria nos seguintes ganhou escala e logo novas máquinas foram sendo incorporadas, fazendo com que, em 2018, a unidade fosse transferida de Caxias do Sul, onde operava, para Campo Bom. Na cidade, das 12 máquinas iniciais, o parque fabril passou logo a ter 35 máquinas.

Em 2019, logo após uma nova importação de máquinas, teve início a pandemia, que colocou diante dos olhos de Gustavo e seu sócio a ameaça de fechamento. Com matéria-prima disponível e mão de obra em home office, Gustavo buscou uma alternativa. Em alguns dias, idealizou uma máscara  com filtro interno e tira única, entre outras características, fez o lançamento e montou uma equipe de vendas. “Em uma semana, já estávamos vendendo”, afirmou Gustavo, de 39 anos.

As estratégias comerciais – como uma ação no programa Pânico, o patrocínio ao atleta de voleibol Lucão e as parcerias com o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e com Pelé – obtiveram excelentes resultados, fazendo com que as vendas crescessem, somando, em dois anos, 4 milhões de unidades. Em 2023, a empresa inaugurou uma nova fábrica em Campo Bom, onde concentra todas as suas operações e prepara-se para um novo ciclo de crescimento.

Oportunidade para inovar

Conforme Gustavo, crises foram sempre vistas como oportunidades de inovar e crescer e, em vez de reclamar das adversidades, ele sempre as transformou em fontes de aprendizado. “A vida é como um roda gigante. Em alguns momentos, estamos por cima. Em outros, por baixo. O importante é aproveitar cada etapa da jornada”, disse. Gustavo também enfatizou que é preciso apreender com os erros dos outros e os próprios e que nada é impagável, referindo-se à dívida que herdou do pai e foi paga somente muitos anos depois. Também afirmou que ‘sociedade é um problema’ e pressa não é velocidade.

Liderança que engaja

Conforme o palestrante, tão importante quanto ter um bom modelo de negócio é saber engajar pessoas em torno dele. “O propósito da empresa tem que ser o sonho de toda a equipe. Quando o sonho é legítimo e se põe energia nele, atrai outras pessoas”, concluiu.

 

 

 

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