ACI Saúde estreia com foco na promoção da saúde mental nas empresas
Nesta terça-feira, 13, a ACI realizou a primeira edição do ACI Saúde, evento criado com o objetivo de promover a saúde mental e fomentar ambientes de trabalho mais acolhedores e produtivos. A programação foi marcada por três palestras, que abordaram, de forma complementar, as dimensões legais, mercadológicas e humanas da saúde nas organizações.
A abertura ficou a cargo de Fabiana Bissolotti, vice-presidente do Comitê de Serviços, responsável pela iniciativa. Ela agradeceu a presença do grande e qualificado público e ressaltou a relevância do tema saúde mental no ambiente corporativo como ferramenta para melhores resultados. Na oportunidade, Fabiana detalhou o novo ACI Saúde, sistema completo com planos e serviços de saúde personalizados, acessíveis e pensados para atender a todas as necessidades de quem faz parte do seu quadro associativo. Confira mais detalhes clicando AQUI.
O evento ACI Saúde reuniu gestores, profissionais de Recursos Humanos, prestadores de serviços e representantes de empresas da região no auditório da ACI. A iniciativa teve o patrocínio de Doctor Clin, Sant Saúde, Wallau Saúde, Petter Corretora, Valderez Soluções 360, Bradesco Saúde e Odontoprev, empresas que apresentaram pitchs de seus produtos e serviços na abertura do evento.
Saúde Mental e a Nova NR-01
A abertura do evento ficou a cargo do médico André D. de Castro, coordenador médico da Sant Saúde. Ele apresentou o tema “Saúde Mental no Trabalho e a NR-01”, abordando as atualizações recentes da Norma Regulamentadora nº 1, que passou a incluir fatores psicossociais como riscos ocupacionais.
Ele destacou que os transtornos mentais já representam a terceira maior causa de afastamento do trabalho no Brasil. Em 2024, foram registrados mais de 472 mil afastamentos por transtornos mentais no INSS, com um impacto financeiro de aproximadamente R$ 3 bilhões. "Precisamos de uma mudança de mentalidade e esse é o momento ideal refletir e avançar nesse sentido", avaliou.
A nova diretriz normativa, explicou Castro, exige que empresas identifiquem, avaliem e gerenciem riscos psicossociais, como assédio moral, sobrecarga emocional e falta de reconhecimento. Para o especialista, o cumprimento dessa norma é mais do que uma obrigação legal: é uma oportunidade para as empresas revisarem sua cultura organizacional e prevenirem o adoecimento de suas equipes.
Futuro da Saúde Suplementar no Brasil
Na sequência, o superintendente comercial da Bradesco Saúde, Diego Jeronimo, trouxe um panorama do futuro da distribuição de planos de saúde no país, com destaque para as tendências de mercado e os novos comportamentos dos usuários.
Segundo Jeronimo, o mercado privado de saúde tem registrado um crescimento contínuo no índice de sinistralidade, o que desafia operadoras e empresas a repensarem a gestão dos planos. Ele apresentou dados que apontam um aumento expressivo na procura por cuidados com a saúde mental.
As consultas psiquiátricas cresceram 16% entre 2020 e 2022, enquanto as consultas psicológicas aumentaram 81% no mesmo período. Já as sessões de psicoterapia dispararam em 202%, as internações psiquiátricas subiram 53% e os exames por beneficiário cresceram 47%.
O executivo também destacou o impacto das chamadas "doenças modernas", como depressão, ansiedade, obesidade, transtornos alimentares, diabetes e hipertensão, muitas vezes associadas a padrões estéticos e pressões do ambiente corporativo.
Além disso, trouxe à tona o crescimento significativo de diagnósticos de Transtorno do Espectro Autista (TEA), que teve um aumento de 157% no número de alunos com TEA nas escolas brasileiras entre 2020 e 2023.
Jerônimo enfatizou que os desafios para os setores de RH em 2025 serão centrados na retenção de talentos e no desenvolvimento de planos de carreira. Nesse contexto, a Bradesco Saúde tem investido em soluções digitais como a Telemedicina e a plataforma Psicologia Viva, além de ampliar a oferta de planos com diferentes formatos de coparticipação e acomodações, buscando flexibilidade e custo-benefício. "É preciso melhorar a qualidade de vida dos colaboradores e com isso ter melhores resultados nas empresas", concluiu.
Comunicação e Cultura Organizacional para Ambientes Saudáveis
Encerrando a programação, Fabiola Dewes, gerente assistencial corporativa com 17 anos de experiência em gestão estratégica, apresentou a palestra “Como a Comunicação Interna Pode Tornar o Ambiente de Trabalho Mais Saudável e Acolhedor”.
A especialista defendeu que o bem-estar emocional está diretamente ligado a uma cultura organizacional saudável, onde comunicação clara, empatia e propósito caminham juntos. Com formação em Mentoria e especialização em Gestão em Saúde pela UFRGS, Fabiola atua como mentora sênior de líderes e compartilhou insights sobre como melhorar o clima organizacional.
Cultura forte e identidade organizacional clara, que promovem engajamento; diagnóstico do clima com indicadores como turnover, absenteísmo e qualidade de vida; avaliação de desempenho por competências, focada em habilidades e comportamentos, não apenas resultados; e comunicação assertiva e não-violenta, como ferramenta para resolução de conflitos e fortalecimento de relações interpessoais, foram alguns dos tópicos abordados. "Na comunicação, é importante que a outra parte entende a mensagem. Por isso, recomendo sempre validar se a pessoa de fato entendeu o recado", aconselhou.
Ela também destacou a importância de se trabalhar o propósito no ambiente corporativo, lembrando que funcionários que enxergam sentido no que fazem são mais resilientes e produtivos. Citando dados da Harvard Business Review, ressaltou que funcionários felizes são 31% mais produtivos e empresas que investem em felicidade podem alcançar até 70% mais rentabilidade.