Investimentos exigem equilíbrio entre risco, segurança e liquidez, alerta especialista

Por ACI: 01/09/2025

"Todo investimento faz sentido para alguém, em algum momento". Essa frase define bem o dilema de escolher a melhor aplicação e estava presente na apresentação "O Investidor Inteligente", ministrada por Anderson Kunst, consultor financeiro e fundador da Profive, que apresentou um panorama das principais possibilidades de mercado, com destaque para renda fixa, renda variável e fundos de investimento. Ele foi o convidado especial da reunião mensal do Comitê de Jovens Empreendedores da ACI, realizada hoje, dia 1º, no Espaço Conexão.

Na reunião, coordenada pela vice-presidente Marceli Rosa, também foi definido o segundo livro do ano a ser lido pelo comitê e que será objeto de debate em dezembro. A obra escolhida foi Dar e Receber, de Adam Grant, cuja ideia central está ancorada na existência de basicamente três estilos de relacionamento no trabalho – doadores, tomadores e trocadores. Ainda no encontro, discutiu-se a importância da agenda nas rotinas de trabalho, facilitando a realização das tarefas e possibilitando uma visão panorâmica do tempo dispensado às mais diversas situações do cotidiano. A próxima reunião do comitê deve ser confirmada para o dia 20 de outubro e será realizada no HUB ONE Feevale.

Variedade de opções

Kunst destacou que o universo dos investimentos oferece alternativas que variam em risco, atratividade e horizonte de tempo, exigindo atenção do investidor para alinhar escolhas ao seu perfil. A renda fixa, por exemplo, é mais previsível, tem baixa volatilidade, menor risco e potencial de retorno inferior aos produtos de renda variável, que, por sua vez, são mais imprevisíveis e apresentam alta volatilidade. Já os fundos de investimento podem ser de renda fixa, de renda variável ou mistos. "É importante ponderar muito sobre rentabilidade, segurança e liquidez antes de decidir por uma opção", alertou o especialista. "Ter real noção de quanto posso ganhar, quanto posso perder e quando poderei usar o dinheiro é essencial para a tomada de decisão", complementou.

Na renda fixa, na prática, o investidor está emprestando seu dinheiro a um emissor (banco, empresa ou governo), que decidirá onde aplicá-lo, podendo ser pós-fixado (rendimento atrelado a um índice de referência), pré-fixado (taxa fixa) ou híbrido. Já na renda variável, o investidor participa dos resultados da empresa ou fundo, como se fosse um sócio.

Perfis diferentes de aplicações

No campo da renda fixa, produtos como Tesouro Selic, Tesouro Prefixado, Tesouro IPCA+, além de CDBs, LCIs e LCAs, oferecem previsibilidade e segurança, com incidência de imposto de renda regressiva conforme o prazo. Já os títulos isentos, como LCIs e LCAs, apresentam o atrativo de não sofrer tributação, tornando-se interessantes para quem busca ganhos líquidos mais consistentes. Em contrapartida, investimentos atrelados à inflação, como o Tesouro IPCA+, protegem o poder de compra no longo prazo, ainda que estejam sujeitos à oscilação no valor de mercado antes do vencimento.

Na renda variável, alternativas como ações, BDRs, ETFs e fundos imobiliários apresentam maior potencial de valorização e distribuição de dividendos, mas também expõem o investidor à volatilidade do mercado. Para perfis mais sofisticados, há ainda opções estruturadas, derivativos e fundos multimercados, que podem gerar retornos acima da média, mas demandam maior tolerância ao risco. Além disso, fundos específicos, como os voltados ao agronegócio (FIAGRO), crédito (FIDC) e participações (FIP), ampliam a diversificação, mas exigem conhecimento aprofundado.

Escolha assertiva

Segundo Kunst, o equilíbrio entre risco e atratividade deve ser o norte do investidor inteligente, combinando a segurança da renda fixa com as oportunidades da renda variável e de investimentos alternativos, sempre considerando objetivos financeiros e horizonte de tempo. Questionado sobre como ele próprio faria um novo investimento, Kunst não teve dúvidas: "80% em renda fixa e 20% em renda variável, levando em conta a alta taxa de juros atual, em torno de 15% ao ano", concluiu.

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