Inteligência artificial veio para ficar e vai revolucionar os negócios
Robinson Oscar Klein, CEO da Cigam Software Corporativo e presidente da Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Novo Hamburgo, Campo Bom, Dois Irmãos, Estância Velha e Ivoti, foi um dos palestrantes da Arena Dinâmica 2025, iniciativa conjunta da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel-RS) e da ACI, que integra a programação oficial da Sulserve – Feira de Panificação, Food Service e Hotelaria, realizada de 24 a 26, na Fenac. Klein tratou, ontem (25), do futuro da Inteligência Artificial (IA) e dos novos modelos de negócios.
O presidente da ACI ressaltou que todas as previsões sobre o avanço da IA estão sendo superadas muito antes do previsto, e a tendência é que esse fenômeno se acentue ainda mais nos próximos anos. A presidência da União Europeia, por exemplo, acreditava que a IA só se aproximaria do raciocínio humano em 2050. Agora, a previsão é que isso ocorra já em 2026. O mesmo vale para a chamada superinteligência, que, segundo Elon Musk, já existirá efetivamente no próximo ano, ou talvez ainda em 2025.
A apresentação abordou, ainda, o impacto transformador da inteligência artificial nas empresas e nos modelos de negócios, destacando que ela não substituirá os humanos, mas os tornará mais capazes, comparando sua chegada à eletricidade no século XX, à internet nos anos 2000 e ao smartphone em 2007. Segundo ele, percebe-se mais o uso pessoal da IA do que sua aplicação no mundo corporativo. E as empresas precisam mudar isso e focar seus esforços naquilo que mais consome tempo, o bem mais precioso e irrecuperável. "A ideia é pensar em como resolver os maiores problemas e usar a IA para ajudar nesse processo", afirmou.
Com dados que demonstram a aceleração dessa transformação — a IA impulsionou 5% dos negócios em 2021, 30% em 2023 e deve atingir 80% até 2025 —, Robinson enfatizou que não se trata de uma mudança gradual, mas de uma revolução econômica. Durante uma imersão nos principais centros de inovação do mundo, como Oracle, Nvidia, Meta e Stanford, o executivo conheceu tecnologias disruptivas, como simulações quânticas da SandboxAQ, agentes multimodais da Hedra, IA generativa aplicada a conteúdo e sistemas autônomos para gestão agrícola e vinícola.
Ferramentas sugeridas
Ele apresentou ferramentas e metodologias para adoção estratégica da IA. Uma das abordagens sugeridas é o framework “10/10”: ações rápidas em 10 dias, provas de conceito em 10 semanas e transformações robustas em até 10 meses, sempre com foco em ROI (retorno sobre investimento). A principal barreira, segundo ele, ainda é o comportamento humano, naturalmente refratário a mudanças, além da prática equivocada de adotar IA sem um problema real a ser resolvido.
Além disso, destacou como empresas como Oracle, Meta e Nvidia estão acelerando o uso da IA em nuvem, processamento de linguagem natural e modelos generativos. Mostrou também exemplos como a vinícola Palmaz, que usa IA para otimizar fermentação e consumo de água, e o uso crescente de carros autônomos como o Waymo.
Ao citar ensinamentos de uma aula em Stanford, destacou algumas das principais tendências para a tecnologia: a redução absolutamente drástica do custo da IA e o destino dos softwares, que deixarão de ser um diferencial competitivo. "As empresas precisam inovar em marca, ecossistemas e no binômio execução e vendas, áreas em que a IA não deve ser absoluta", explicou.
Por fim, apresentou os avanços da CIGAM na criação de agentes inteligentes, como o CIA (CIGAM Inteligência Artificial), que integram dados, gestão e automação em soluções de ERP e BI, elevando o potencial analítico e a produtividade das empresas. "A inteligência artificial não substitui o humano, ela expande o que significa ser humano. Inovar agora é imaginar o que ainda não sabemos que é possível", concluiu.