ACI marca presença em sessão contrária aos pedágios do Bloco 1
Diversas entidades empresariais, entre elas a ACI, além de outras instituições da sociedade, marcaram presença ontem, dia 16, na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, ao participarem do Grande Expediente da Casa, o último do ano, que teve como pauta o movimento contrário ao atual projeto do Bloco 1 de concessões rodoviárias do Rio Grande do Sul, o qual impacta diretamente as regiões dos Vales do Sinos, Paranhana, Hortênsias e Serra Gaúcha.
O tema foi proposto pelo deputado estadual Joel Wilhelm (PP) e já havia sido apresentado aos empresários em reunião extraordinária do Comitê da Regional de Campo Bom da ACI, realizada na semana passada, no dia 11. Wilhelm reforçou os tópicos apresentados em Campo Bom e qualificou o projeto como inapropriado. Conforme o parlamentar, o pacote não contempla melhorias essenciais para as rodovias da região e ainda apresenta custos operacionais e administrativos “extremamente elevados”, ao ser comparado ao modelo do Bloco 2, já formatado.
Entre os absurdos listados, destaca-se o número de praças de pedágio no trecho de 79 km da ERS-239, entre Novo Hamburgo e Riozinho, que passariam de cinco para 23. “Hoje, o custo desse percurso, ida e volta, é de R$ 6,50. Esse valor passará para mais de R$ 30,00, impactando negativamente trabalhadores e empresários da região”, enfatizou. “E não há previsão de construção de viadutos na rodovia, tão necessários para desafogar o trânsito e dar mais segurança aos usuários. Estão previstas algumas passagens subterrâneas, um perigo em situações de alagamento”, complementou.
Os valores previstos no projeto para custos com a parte administrativa da concessão, com prazo de 30 anos, também causam indignação. “Mais de R$ 1,4 milhão por mês apenas para a diretoria”, protestou o deputado. Há ainda R$ 300 milhões destinados a “riscos e garantias” e R$ 440 milhões para “outros custos”, sem especificação detalhada.
Joel teve apoio de deputados que fizeram apartes na sessão, de diversos partidos, indicando que a iniciativa terá muitas dificuldades para avançar. Rodrigo Lorenzoni (PP), Miguel Rossetto (PT), professor Cláudio Branchieri (Podemos), Gustavo Victorino (Republicanos), Felipe Camozzato (Novo) e Elton Weber (PSB) prestaram solidariedade e se mostraram favoráveis à iniciativa de rever o projeto imediatamente.
O deputado Joel retomou sua fala lembrando que a região da Serra também será severamente castigada. “Quase 50% dos turistas que visitam Gramado e Canela são de Porto Alegre e da Região Metropolitana. O valor do pedágio passará de R$ 20 para cerca de R$ 68, da capital até essas cidades”, revelou. Como alternativa ao modelo de concessão proposto pelo governo estadual, Wilhelm sugere o uso dos recursos do Funrigs, estimados em R$ 1,5 bilhão, para custear as obras necessárias. A proposta é destinar esses valores à EGR, garantindo melhorias na região sem aumento de impostos e com a criação de apenas alguns postos específicos, localizados em novas rodovias ou em trechos duplicados.
ACI organizou comitiva
Ciente de seu papel de defender os interesses do empresariado e da comunidade em geral em sua área de abrangência, a ACI mobilizou empresários e organizou uma comitiva que esteve presencialmente nas galerias da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul para reforçar a posição contrária ao atual projeto. O diretor Fauston Saraiva liderou o grupo, que também contou com representantes do Sindilojas Vale Germânico, Abrameq, Assintecal e o Sinmaqsinos, entre outros empreendedores.
Na Assembleia Legislativa, participaram representações do CDL de Gramado; a prefeita de Taquara, Sirlei Silveira; os prefeitos de Igrejinha, Leandro Horlle; de Três Coroas, Fabiel Port; de Sapiranga, Carinha Nath; e de Parobé, Gilberto Gomes Junior; o representante da Federasul, Darcy Zottis; e o reitor da Feevale, José Paulo da Rosa, além de lideranças políticas, empresariais e comunitárias das regiões do Paranhana, Sinos e Hortênsias, assim como vereadores e vice-prefeitos dessas regiões.
