O Poder Judiciário, o Ministério Público e a Defensoria Pública do RS tomaram o caminho do total descontrole corporativista

Por ACI: 11/03/2021

A Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Novo Hamburgo, Campo Bom e Estância Velha (ACI-NH/CB/EV) vem a público manifestar-se sobre o anúncio da concessão - 100% às custas do contribuinte - do benefício de auxílio-saúde. Esse benefício será doravante concedido a juízes, desembargadores e servidores, com generosa abrangência também aos aposentados e pensionistas dependentes destas funções públicas.

Através do mencionado auxílio, as despesas individuais com planos de saúde e atendimento médico, hospitalar, psicológico e odontológico estarão cobertas até o valor de R$ 3.550,00, no caso específico dos magistrados, promotores e procuradores, e R$ 2.500,00, para os demais servidores. Tudo isso sem a contrapartida financeira dos beneficiados e coberto tão somente pelos contribuintes do erário público deste Estado. Como se não bastasse já serem das categorias mais bem pagas do país.

Citando o Portal da Transparência, 71% dos juízes ganham acima do teto constitucional de R$ 39.000,00. Muitos destes subsídios gozam de isenção de impostos, algo impensável para nós que não pertencemos a estas castas privilegiadas.

Salientamos aqui: a nova conta mensal e opulenta destas três instituições ligadas à Justiça e seu rol de aposentados é nossa.

É mais um peso do Estado sobre as contas públicas, o cidadão, a indústria, o comércio e os serviços, que sofrem há um ano com fechamentos e o horror (não encontramos melhor palavra) da imprevisibilidade para manutenção de seus negócios e de seus empregos.

A mesma angústia e a mesma dor da realidade cruel jamais pairaram sobre o funcionalismo destes três poderes, já que puderam trabalhar de forma on-line, com plena segurança de empregos e ganhos, e à distância segura de dramas demasiadamente humanos.

Não é de hoje que o Judiciário, em nome de seus integrantes, cria, chancela e valida benesses esdrúxulas e em total arrepio à realidade gaúcha em seu próprio e exclusivo benefício. E que, a todo momento, diz lutar contra as injustiças sociais (muitas, todos sabemos) existentes no país.

Em 2018, a ACI produziu documento contrário à gastança não justificada do Poder Judiciário, que corrigiu seus salários em 16,38%, num ano de inflação de 4,38%, de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA.

Ainda há tempo para revisar estas resoluções. E é preciso que estas categorias demonstrem postura convincente em meio a uma crise sem precedentes. Muito além das falas e dos artigos de bom mocismo. Pois não há evidência maior do que o exemplo.

É também chegada a hora de uma aproximação destas instituições ao Poder Executivo e ao Legislativo, que vêm dispendendo fortunas no enfrentamento da Covid-19.

Portanto, defendemos publicamente o uso direto de frações dos polpudos caixas destas instituições para a aquisição de vacinas e/ou equipamentos para a saúde, através da parceria com o Executivo e com os meritórios grupos coletivos que trabalham voluntariamente na busca de soluções para salvar vidas no Rio Grande do Sul.

Essa crise só chegará ao seu final com a saúde e com o espírito coletivo de todos nós!

ACI-NH/CB/EV

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