Projeto do Sebrae sobre Indústria 4.0 foi apresentado na ACI
Muito embora alguns empreendedores pensem que a digitalização e a chamada Indústria 4.0 sejam inviáveis financeiramente para a maioria das empresas, um projeto do Sebrae pretende desmistificar essa teoria. A apresentação Digitalização e Indústria 4.0, conduzida por Leonardo da Conceição, do Sebrae Regional Sinos, Caí e Paranhana, foi o ponto alto da reunião mensal do Comitê de Indústria da ACI, realizada hoje, dia 11, na sede da entidade.
O projeto do Sebrae e do Núcleo de Engenharia Organizacional (NEO) da UFRGS promete transformar a realidade das pequenas e médias indústrias da região. A proposta tem duração de 12 meses e busca impulsionar a digitalização e a adoção de tecnologias da Indústria 4.0 de forma acessível, prática e com resultados mensuráveis.
O projeto será conduzido pelo professor Dr. Néstor Fabián Ayala, especialista em transformação digital e membro do NEO/UFRGS, e prevê um processo dividido em três etapas: conscientização, implementação e manutenção. O foco está em mostrar, na prática, como tecnologias como Internet das Coisas, inteligência artificial, big data e computação em nuvem podem ser aplicadas a realidades industriais locais, com baixo custo e alto impacto.
Durante a fase inicial, os empresários selecionados participam de visitas técnicas a fábricas que já utilizam soluções 4.0, além de uma imersão no centro tecnológico MetaIndústria, da ABDI, localizado na Unisinos. Também é feito um mapeamento dos processos internos das empresas para identificar gargalos e oportunidades que possam ser solucionados com o uso de tecnologia.
Na etapa de implementação, o projeto promove encontros de matchmaking entre empresários e fornecedores de soluções tecnológicas, além de acompanhar a adoção dessas ferramentas nas empresas. Já a fase final, de manutenção, consiste no monitoramento quinzenal dos resultados e no oferecimento de treinamentos complementares conforme a evolução das necessidades.
Abordagem prática e eficiente
Um dos diferenciais do projeto está em sua abordagem prática e em cases reais de sucesso. Um exemplo apresentado foi a digitalização, em apenas um dia, de uma máquina industrial não conectada, que passou a fornecer dados em tempo real. Essa simples ação permitiu à empresa melhorar o controle da produção, premiar desempenho, resolver conflitos operacionais e entregar com maior precisão os pedidos dos clientes.
O cronograma prevê que os três primeiros meses serão dedicados à conscientização. A implementação das soluções ocorrerá ao longo do segundo e terceiro trimestres. A manutenção e análise de resultados estão programadas para o último trimestre de 2025, mas poderão começar antes, dependendo da agilidade das empresas envolvidas.
O projeto é uma oportunidade concreta para que pequenas indústrias do Vale do Sinos possam dar um salto em competitividade, produtividade e sustentabilidade, alinhando-se às exigências de um mercado cada vez mais tecnológico e dinâmico. “O empreendedor tem que perceber os ganhos possíveis e encampar a ideia. Se o líder da empresa não aderir, o projeto não avança”, alertou Leonardo.
Os membros do comitê se mostraram impressionados e muito interessados na iniciativa, e a ACI deve formar um grupo para aderir ao projeto no ano que vem. O vice-presidente de Indústria, César Ramos, já solicitou que fosse dado o encaminhamento aos próximos passos para a implementação da ideia. “Antes de tudo, como lembrou o Leonardo, é preciso que façamos um trabalho de conscientização dos empresários sobre o assunto”, concluiu.
