Patente possibilita identificar o risco de toxicidade severa no tratamento quimioterápico

Por ACI: 13/01/2022

Invenção é da Universidade Feevale, em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul e o Hospital de Clínicas de Porto Alegre

A Universidade Feevale, em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e o Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), teve uma patente deferida pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). A invenção refere-se a um teste de diagnóstico para determinar a potencial intolerância de pacientes a fármacos quimioterápicos da classe das fluoropirimidinas. O projeto foi desenvolvido no serviço de oncologia do HCPA e no Laboratório de Análises Toxicológicas da Universidade Feevale.   

Os responsáveis pelo projeto são: Rafael Linden e Marina Venzon Antunes, professores do mestrado em Toxicologia e Análises Toxicológicas da Feevale; Gilberto Schwartsmann, pesquisador do Programa de Pós-graduação em Ciências Médicas na UFRGS; e Andrés Fernando Andrade Galarza, da Universidade de Cuenca, do Equador. “O teste possibilitará a identificação de pacientes com alto risco para desenvolver efeitos colaterais a esse tipo de quimioterápico, permitindo a individualização e maior segurança no tratamento”, ressalta Marina.  
 
Com a parceria entre a Feevale, a UFRGS e o HCPA consolidada, novos projetos foram propostos pelos pesquisadores, com a participação de alunos do mestrado em Toxicologia e Análises Toxicológicas da Feevale. “Os estudos realizados na área da farmacogenética e monitoramento terapêutico de medicamentos quimioterápicos resultaram em diversas publicações científicas internacionais e no teste da referida patente”, afirma Marina.  
   
Conheça a invenção  
   
A invenção, chamada Kit e método para teste de deficiência da enzima DPD para pacientes em tratamento com fluoropirimidinas, contempla o desenvolvimento de um kit para utilização no teste de deficiência da enzima DPD, assim como uma forma de coleta, armazenamento e transporte da amostra do material biológico seco em papel. O teste, que pode ser realizado antes mesmo do início do tratamento, é feito através da coleta de amostra de saliva aplicada em um cartão, que, após seca, pode ser armazenada em temperatura ambiente e facilmente transportada ao laboratório para análise. No laboratório, por meio da dosagem dos marcadores de atividade da DPD, uracil e diidrouracil, é possível rastrear pacientes com alto risco para toxicidade ao tratamento quimioterápico com fluoropirimidinas, que são utilizadas em muitos esquemas terapêuticos. 
 
Próximos passos   
   
O deferimento da patente indica que o kit atende aos requisitos formais de inovação e de mérito e está qualificado para a concessão.  Agora, acontece a etapa de validação clínica, que está em andamento em um projeto apoiado pelo edital Programa de Pesquisa para o SUS (PPSUS), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Fapergs-CNPq). A partir da validação, serão estabelecidas parcerias para a comercialização do teste, com divulgação na comunidade médica e de diagnóstico laboratorial, a fim de levar a inovação aos serviços médicos e pacientes.   

Fonte/Associada: Universidade Feevale

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