Especialista aborda aspectos tecnológicos e jurídicos da blockchain
Alguns dos principais aspectos tecnológicos e jurídicos da blockchain foram tema de destaque na reunião mensal do Comitê de Inovação e Tecnologia da ACI, realizada nesta quarta-feira (12). A apresentação ficou a cargo da doutora Graziela Moraes, da GRM Advocacia, também integrante do Comitê Jurídico da entidade. O encontro foi conduzido pelo vice-presidente Giuliano Hoffmann, da Floki Sys.
Em sua fala, Graziela destacou a blockchain como uma infraestrutura tecnológica de registros distribuídos, descentralizada e criptografada, que garante segurança, rastreabilidade e transparência em processos públicos e privados. Ela ressaltou que a tecnologia vai muito além das criptomoedas, com aplicações em setores como finanças, saúde, direito e administração pública. Tais soluções ampliam a eficiência operacional, reduzem custos e abrem espaço para novas formas de monitoramento econômico e inclusão social.
Sob as perspectivas econômica, social e política, a blockchain tem potencial para transformar a lógica de confiança e intermediação, promovendo descentralização de funções e estimulando o surgimento de economias baseadas em micropagamentos e contratos automatizados (smart contracts). Essas mudanças podem fortalecer a transparência na gestão de recursos públicos e impulsionar modelos de governança digital mais participativos, a exemplo das organizações autônomas descentralizadas (DAOs). Graziela também apontou desafios relevantes, como questões de regulação, tributação e privacidade, que exigem novas abordagens jurídicas e políticas.
Cases em destaque na Mostratec
O integrante do comitê, Daniel Juliano Fleck, da Projetec Tecnologias Integradas, compartilhou um panorama inspirador sobre alguns dos projetos mais notáveis da última edição da Mostratec. Atuando como avaliador no evento, ele destacou quatro iniciativas que têm em comum o uso inovador da inteligência artificial aplicada à área da saúde.
Os projetos envolviam o uso de inteligência artificial na identificação de AVC Isquêmico (bem como acompanhamento na recuperação com o auxílio de câmera e reconhecimento de padrões posturais e respiratórios), reconhecimento de tumores cerebrais, leucemia no sangue e questões de retinopatia diabética e glaucoma através de análise da retina.
Segundo Daniel, os trabalhos se destacam pela alta aplicabilidade prática e pelo impacto positivo que podem gerar na vida de muitas pessoas. “O grau de precisão das análises chega a índices impressionantes, superando de 30% a 40% os métodos atuais sem o uso da IA. São tecnologias com enorme potencial de apoio ao setor de saúde”, ressaltou. Ao todo, mais de 700 projetos participaram da Mostratec 2025
Bolsa Futuro Digital
O encontro também contou com a apresentação de João Flávio da Rosa, que apresentou a Bolsa Futuro Digital, iniciativa do Instituto Hardware BR que une capacitação e residência tecnológica. O programa busca empresas dispostas a “adotar” residentes e oferecer experiências reais de mercado, superando o modelo tradicional de formação teórica.
Na prática, as empresas parceiras submetem desafios práticos, desenvolvidos pelos residentes ao longo de três meses. Cada proposta aprovada dá origem a um plano de trabalho formalizado, apresentado aos alunos, que se candidatam conforme o nível de complexidade do desafio. Segundo o Instituto, a metodologia cria uma ponte estratégica entre jovens talentos e o setor produtivo, permitindo às empresas acompanhar de perto o desempenho dos futuros profissionais — sem custos —, enquanto os estudantes podem atuar de forma híbrida, combinando aprendizado e prática.
