'Empresas deveriam remunerar trabalhadores conforme a produção'

Por ACI: 27/05/2025

O sistema de cargos e salários utilizado pelas empresas em geral faz parte de uma cultura desatualizada que, em vez de auxiliar no seu crescimento, provoca perdas. O alerta é do consultor Paulo Santos, diretor da PS&CA Gestão Estratégica de Pessoas e palestrante da 4ª Confraria Empresarial Campo Bom, que a ACI promoveu nesta segunda-feira, 26, no Gastropub Imigração

Na abertura do evento, a moderadora, Débora Trierweiler, farmacêutica, proprietária e responsável técnica da Farmácia Apoteka, disse que os integrantes do Comitê Regional da ACI em Campo Bom, do qual faz parte, são empresários que atuam para melhorar o ambiente de negócios local, tanto através de eventos como a Confraria quanto de outras ações.

Abordando o tema Remuneração estratégica variável: processo efetivo de redução de custos e aumento de produtividade, Santos destacou que a cultura empresarial ainda prevê controle do ponto de acesso, valorização do currículo, pouca atenção à melhoria de processos e remuneração coletiva. “Desde 1994, não se fala mais em salários e comissões, e sim em renumeração variável, que significa remunerar a ação dos trabalhadores conforme a sua produção”, explicou.

Conforme ele, por medo ou desconhecimento das possibilidades, os empresários mantêm o sistema atual, que é injusto, e não adotam a remuneração variável, prevista na legislação trabalhista desde a década de 1990. Exemplo é a Participação nos Lucros ou Resultados (PLR), benefício que pode ser pago aos empregados pela participação em metas atingidas ou superadas.

Também segundo o palestrante, as empresas também podem conceder benefícios não salariais, como uniforme, plano de saúde, seguro de vida, auxílio educação e outros, que os funcionários podem escolher e trocar a cada 60 dias, se quiserem. “Os benefícios não têm encargos para a empresa e ajudam a reter os melhores talentos”, explica.

Paulo sugere começar pela menor remuneração fixa possível, definir faixas salariais conforme as diferentes funções e estabelecer um formato de renumeração progressiva condicionada ao atingimento ou à superação de metas. “As empresas não podem baixar salários, mas podem utilizar a remuneração variável, que pode ser paga com base em indicadores globais, setoriais ou individuais”, acrescentou o palestrante.

O PLR, conforme Paulo Santos, deve ser pago em folha separada e semestralmente, com diferença de, no mínimo, três meses, indicando a previsão legal na legislação. A migração do sistema atual para a remuneração variável deve ser progressiva e observar o que está previsto na legislação, como a necessidade de homologação e a incidência de Imposto de Renda para os trabalhadores, sem quaisquer outros encargos trabalhistas.

“A remuneração variável está relacionada à produtividade e à geração de valor à empresa. Com ela, as empresas podem remunerar os funcionários pela produtividade e, com o tempo, há uma consequente redução de encargos”, disse Paulo, para quem empresas que não adotam o PLR está ‘rasgam dinheiro’.

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Apoio: Jardim do Campo

 

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