Cenário desafiador para economia em 2021

Por ACI: 30/03/2021

A nova rodada de pagamentos do auxílio emergencial – que começa na próxima semana – deve favorecer o aumento do consumo das famílias e as vendas de alguns segmentos do comércio, mas a retomada plena da atividade econômica depende totalmente da superação da pandemia.

A opinião é do gerente de investimentos do Sicredi, Arthur Müller Fiedler, que foi o palestrante do webinar economia & negócios realizado pela ACI nesta terça-feira, 30. Para ele, o primeiro semestre será fraco e o segundo, apesar do aumento do ritmo da vacinação, manterá o cenário desafiador para a economia.

“Enquanto o Brasil não tiver um plano de vacinação semelhante ao dos Estados Unidos, que prevê vacinar 100 milhões de pessoas em 100 dias e 90% da população em menos de um ano, dificilmente veremos a economia ganhar velocidade. Vamos continuar nesse abre-fecha do comércio e da indústria e vendo a população sofrer com o desemprego e a perda de renda”, afirmou.

Nesse cenário de incertezas, as previsão para o PIB são revisadas semanalmente e, para 2021, as mais otimistas indicam um crescimento de apenas 3,20%, o que leva o Banco Central e adotar medidas estimular a economia.

A inflação elevada obrigou o BC a começar um ciclo de alta nos juros, que pode ser mais rápido do que o previsto se as expectativas de inflação piorarem. No último dia 17, após vários anos de queda, a instituição elevou a Taxa Selic para 2,75% ao ano, e a expectativa é de aumentos mensais sucessivos até atingir o patamar de 5,25%, no final de 2022. “A alta de 0,75% pegou de surpresa todo o mercado, inclusive nós, do Sicredi, que esperávamos uma alta de ½ %”, explica.

O BC tem preferido subir a taxa mais rapidamente para ancorar as expectativas em relação à economia para 2021 e 2022, isto é, assegurar previsões mais positivas a mais longo prazo. Se o cenário se depreciar ainda mais e o câmbio ficar mais alto em razão da perda do controle da dívida pública, o efeito será uma pressão adicional sobre a inflação, o que deve fazer com que a taxa de juros suba ainda mais rapidamente do que o mercado projeta.

A previsão do gerente de investimentos do Sicredi é que a taxa de câmbio permanecerá desvalorizada por mais tempo, mas pode ter apreciação no segundo semestre, estimulada pela redução do risco de pandemia e pela alta dos juros.

“Veremos o dólar mais valorizado no cenário mundial e uma grande injeção de recursos dos Estados Unidos na economia mundial, mas, ainda assim, os países emergentes, que estão com a vacinação lenta e problemas fiscais, como o Brasil, terão dificuldades para manter suas taxas de juros num patamar mais valorizado e atrair investimentos estrangeiros, que são essenciais às suas economias”, destacou Fiedler. Para o gerente de investimentos do Sicredi, o Brasil somente deve tornar-se mais atrativo para investidores estrangeiros à medida que a taxa de juros passar de 4,5%, o que deve ocorrer mais para o final do ano. Até lá, o risco fiscal vai permanecer elevado, trazendo volatilidade aos mercados.

Arthur Müller Fiedler avalia que está cada vez mais difícil para o governo brasileiro controlar seus gastos, mas um forte arrocho para reduzir o endividamento é necessário, até mesmo para evitar o risco de crime de responsabilidade fiscal para o próprio presidente, que terá de vetar alguns pontos do orçamento de 2021, em discussão no Congresso Nacional. “O governo brasileiro tem um grande desafio: estimular a economia brasileira sem injetar dinheiro”, explica. A reação vai depender do consumo das famílias, que está baixo, e do investimento estrangeiro, que não está vindo porque o investidor não considera o país atrativo para locação de capitais devido ao alto risco e à taxa de juros muito baixa.

Opções de investimentos

O cenário de inversão da taxa de juros, conforme Fiedler, favorece os investimentos em renda fixa pós-fixada. Até então, o cenário de redução de juros favorecia a renda variável e muitos investidores passaram a experimentar fundos imobiliários, ações e ativos multimercados. “O que a gente começa a ver é que, à medida que a taxa de juros começa a acelerar mais rapidamente que o mercado imagina, a renda fixada pós-fixada ganha mais relevância”, explicou.

O Sicredi disponibiliza a opção Sicredinvest, produto de renda fixa pós-fixada com rentabilidade de até 105% do CDI Bruto, mais distribuição de resultados (em maio) e juros ao capital uma vez por ano (em dezembro), o que potencializa a rentabilidade dos associados. Outra opção é a Letra de Crédito do Agronegócio (LCA), que entrega rentabilidade de até 100% do CDI líquido e é isenta de IR para pessoa física.

Além disso, possui as chamadas carteiras recomendadas, com opções de acordo com o perfil de cada investidor - conservador, moderado e arrojado – e rentabilidade de 3,20% a 19,80% ao ano. Também dispõe de linhas de crédito imobiliário, inclusive a possibilidade de portabilidade de crédito contratado em outras instituições.

Patrocinador do webinar - Sicredi Pioneira

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