Minha imersão no mercado americano

Por ACI: 13/11/2023

No final do primeiro semestre, estive em Brickell, centro financeiro de Miami, para uma imersão em investimentos offshore, conhecendo instituições financeiras que são parceiras de uma das frentes do meu trabalho, que é ajudar brasileiros que querem investir seus recursos no exterior. Foram dias muitos intensos, conhecendo estruturas de mercado, atendimento e ativos americanos.

Além de os Estados Unidos serem o principal mercado financeiro do mundo, 2023 foi o ano em que mais brasileiros enviaram recursos ao exterior. Hoje existem mais de US$ 700 bilhões de brasileiros investidos no exterior. E, mesmo assim, o Brasil é o país em que os investidores mais investem seus recursos em ativos do próprio país.

Os americanos investem 25% do seu patrimônio fora dos Estados Unidos, procurando países que possam oferecer mais prêmio para seus investimentos, mesmo que corram mais risco.

Tive a honra de partticipar de uma com Paulo Leme, renomado economista que foi executivo de grandes instituições globais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o banco Goldman Sachs, e hoje é presidente do Comitê de Alocação Global da XP Private em Miami.

Ele nos trouxe visões de mercado e do cenário de curto prazo para o mercado americano e como isso impacta o Brasil. Os juros altos americanos afetam diretamente a bolsa brasileira, uma vez que o investidor migra seus ativos do Brasil para os Estados Unidos. O fato de o investidor ganhar mais com menos risco torna outros mercados menos atrativos, e é isso o que acontece com países como o Brasil.

Paulo Leme falou sobre os bancos que quebraram no início do ano. Esses bancos possuíam muitos títulos de dívidas curtas para honrar e, como o cenário era de juros subindo pelo banco central americano, a fim de combater o avanço inflacionário, perderam a atratividade de investimentos de risco (que costumam ter maiores retornos). Os investidores começaram a migrar para a renda fixa, que é mais segura e passou a ser mais atraente. Isso fez com que houvesse um enxugamento do capital de risco do mercado, o que afetou diretamente as empresas de tecnologias que precisaram sacar seus recursos, fazendo com que os bancos não conseguissem honrar suas dívidas. Isso levou à quebra das instituições.

Os investidores americanos que perderam recursos em algum desses bancos conseguiram, porém, recuperar parte dos seus recursos. Lá também existe um fundo garantidor de crédito (FGC), chamado de FDIC e protegido pela instituição e pelo governo dos Estados Unidos em até US$ 250 mil por depositante para cada tipo de titularidade de conta.

Ouvimos também sobre como o comportamento das famílias americanas mudou. Antes da pandemia, elas guardavam de US$ 30 a 100 por mês; hoje, estão conseguindo aguardar apenas US$ 5, pois estão se estruturando e organizando novamente. A taxa de desemprego americana está superbaixa: hoje haveria dois empregos para cada pessoa que quisesse trabalhar.

Essa viagem foi uma verdadeira imersão no mercado americano. Além das aulas com diversos economistas e especialistas em investimentos, fui conhecer os escritórios da XP Investiments, do Morgan Stanley e do banco UBS, onde pude conhecer o modelo de trabalho das instituições e como elas podem ajudar o investidor brasileiro que tem vontade de investir seus recursos offshore. Fiquei muito feliz com essa experiencia, pois sei que, além de ser algo que me trouxe muito conhecimento, vai agregar ainda mais para meu trabalho junto às pessoas que atendo e às quais presto serviço no meu dia a dia.

Débora Quadros
Integrante do Comitê de Serviços da ACI
Monte Bravo Investimentos

 

 

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