Introdução da IA nos parques fabris desafia indústrias de todos os segmentos

Por ACI: 20/06/2025

As inovações vistas por empresários do Vale do Sinos na Hannover Messe 2025, a maior feira de tecnologia industrial do planeta, foram o tema do Happy Hour com Tecnologia de junho do Instituto Brasileiro de Tecnologia para Couro, Calçados e Artefatos (IBTeC), realizado na última quarta-feira, 18. Realizada em março, a Hannover Messe 2025 apresentou inovações para todos os tipos de indústrias e recebeu 130 mil visitantes, de todos os continentes.

Para falar sobre essa experiência, o IBTeC convidou o CEO da Easypro Tecnologia, Silvio Corrêa, e o CEO da C3i Consultoria, Ciro Copello. Os dois palestrantes convidaram o diretor da Sugar Shoes, José Paulo Boelter; o gerente de projetos do Grupo S2 / Kenner, Toni Lemos, e o gerente de engenharia da Coester Automação, Carlos Henrique Hennig, que fizeram parte da comitiva que esteve na feira alemã.

Robôs substituindo humanos

Conforme Sílvio Corrêa, a Easypro vai à feira para encontrar aplicações de novas tecnologias para as indústrias. Um aspecto que chamou a atenção do empresário foi a redução dos óculos inteligentes, que deixaram de ser o foco dos grandes fabricantes de tecnologias. “A Inteligência Artificial é o assunto do momento e está em tudo”, disse.

A aplicação de robôs que substituem humanos em novas linhas de produção é outro aspecto que chamou a atenção na feira. A projeção é de que, num futuro próximo, as substituições ocorrerão numa relação de 10 robôs para cada 10 mil empregados. O ingresso dos robôs nas linhas de produção permite a qualificação da mão-de-obra humana, que se dedicará a atividades que exigem inteligência e não força ou precisão operacional. A partir do que viu na feira, Silvio Corrêa sugere que as empresas invistam na robotização de seus parques produtivos, que é o caminho inevitável, hoje e no futuro.

Baixa competitividade

Ciro Copello abriu disse que, entre 18 países pesquisados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o Brasil ficou em último lugar no ranking de competitividade industrial. Já no ranking global de inovação, com 133 países, o Brasil está em 50º lugar. "A falta mão-de-obra especializada explica estas posições", afirmou o empresário.

Conforme Copello, as guerras que estão ocorrendo já afetam o fornecimento de suprimentos para o Brasil. Empresas sofrem com a falta de material e, principalmente, com os aumentos de preços. “Além de estarem focados no que acontece em inovações, os empresários precisam estar atentos ao que acontece no mundo e afeta o dia a dia de suas empresas”, alertou.

Outros aspectos

Aspectos como a personalização de produtos, cuidados com a proteção do meio ambiente, desafios da saúde e utilização de biotecnologias são questões impostas à indústria brasileira, segundo Copello. “O mercado está cada vez mais volátil e dinâmico, e as empresas precisam se adaptar a estas condições. A velocidade hoje é outra, e as indústrias brasileiras precisam estar atentas a estas mudanças que já são uma realidade”, acrescentou.

Inteligência Artificial

O novo momento da inovação industrial está no fato de que a IA está se integrando à robótica, promovendo um avanço nunca antes visto. E o Brasil tem um problema extra: a falta de infraestrutura de informática para conectar os equipamentos das empresas em um mundo de integração total através da internet. Copello informou que, no ano de 2026, o Brasil será o país convidado da Hannover Messe e, assim, terá grandes espaços para mostrar suas empresas e soluções.

O gerente de projetos do Grupo S2 / Kenner, Toni Lemos, afirmou que o objetivo da companhia em participar da Hannover Messe foi buscar inovações que permitam o avanço das marcas da empresa. O Grupo S2 aposta na manufatura aditiva para o desenvolvimento de novos produtos, prototipagem e personalização de produtos.

O gerente de engenharia da Coester Automação, Carlos Henrique Hennig, chamou a atenção para o fato de a IA já ser uma realidade e trazer vantagens para empresas de todos os segmentos, como ganho de produtividade. José Paulo Boelter, da Sugar Shoes, disse que, em vez de IA, a Inteligência Artificial deveria ser chamada de Inteligência Real, porque já faz parte do dia a dia de empresas. Também mencionou a agilidade com que os países desenvolvidos se adaptam e absorvem as novas tecnologias.

 

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