A Criatividade é como uma semente jogada em terra fértil

Por ACI: 04/05/2015

Tema 29-Para desenvolver o comportamento Inovador nos negócios e na vida pessoal, uma recomendação  simples pode ajudá-lo  nesta desafio: Seja criativo, e mais ainda, abuse da Criatividade sempre!.  Exceder em Criatividade nunca fez mal para ninguém e para as organizações! 
                                                                 
“Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam.”
                                                                                                      Salmo 127:1  28MAI15

1-A Criatividade é como uma semente jogada em terra fértil. Se não houver esta semente,  nada acontece, por mais que o campo esteja preparado.

A metáfora do campo preparado e da semente pronta a ser lançada, é um recurso facilitador  para a  compreensão  do que vem a ser a Criatividade e principalmente  como ela se desenvolve e aflora nas pessoas.  Por outro lado, instituir e definir regras pessoais a serem seguidas como um “Manual de Promoção da Criatividade”  para tornar as pessoas com este dom tão importante,  é uma ação de pouca efetividade!.  O certo é: As pessoas para serem criativas e por consequência potencialmente  geradoras de inovações, devem estar inseridas em ambientes propícios ao desenvolvimento destas ações,   hoje tão importantes!.

Esta afirmação é confirmada quando olhamos para situações já acontecidas com notáveis  inovadores.  Sem sermos  repetitivos e insistentes, ou tentar “dançar  um samba de uma nota só”, iremos mais uma vez  olhar para etapas da vida de Santos Dumont, o Brasileiro  Voador,  usuário incansável da Criatividade. Pois este ao assim ser, gerou e estruturou uma equipe de auxiliares  para levar adiante o seu sonho de voar “como os pássaros”.  Em Paris, onde o nosso conterrâneo  implementou  as suas inusitadas idéias,  este valeu-se de uma equipe de  excluídos sociais, pobres moradores da Cidade Luz, para levar adiante os seus propósitos. É sabido, mesmo  sendo pessoas  simples, humildes e não letradas, estas muito colaboraram  com idéias e sugestões para que as propostas de Dumont se tornassem realidade.  Sem sermos exagerados, estes  anônimos auxiliares  certamente foram um “pilar fundamental” para materializar e transformar as inéditas idéias do brasileiro em realidades tangíveis e efetivas.  Eles também utilizaram a sua Criatividade inata, para auxiliar  o brasileiro.  É a história que conta isto.

A Criatividade é  portanto um dom, uma habilidade pessoal semelhante a uma semente “adormecida e inerte” a qual deve ser, necessariamente,    estimulada e ativada,  para  germinar, tornar-se “uma planta” e ao  crescer,    gerar  frutos, os quais  tragam   benefícios tanto para as pessoas que a” plantaram”, como  para a sociedade. Quais são estes frutos? Coisas, pensamentos,  sistemas e modos de ser e agir, incomuns e ainda não existentes.                 

Estas ações de estímulo e ativação do espírito criativo devem ser desenvolvidas necessária e obrigatoriamente pela própria pessoa, para ela perceber como sua Criatividade se manifesta,  cresce,  se desenvolve e gera resultados.  O ser humano é por natureza um ser criativo e portanto,  é ele o principal agente para fazer  esta competência pessoal se manifestar,  se desenvolver e se tornar  em uma realidade contributiva para a sociedade.  

Portanto, existem comportamentos e ações pessoais a serem auto-incentivadas, auto-desenvolvidas e auto-aperfeiçoadas para  haver a  exteriorização  desta  capacidade pessoal de desenvolver e de aplicar a Criatividade.  Se esta tarefa pode nos parecer extremamente desafiadora e impossível de ser realizada,  algumas manifestações de  estudiosos do assunto e de ilustres pessoas que com ela convivem, nos fornecem  o “combustível” para uma auto-ação mobilizadora  e de auto-acordamento  para ativar  esta nossa competência inata : 
           “A vida não-criativa não vale a pena ser vivida”
                                                                 Ted Nierenberg   
           “A Criatividade está dentro de cada um. Essa é uma afirmação realmente    louca. 
             Mas  eu realmente acho que ela é verdadeira”.
                                                                   Renato McPherson
            “A Imaginação é mais importante que o Conhecimento”.
                                                                   Albert Einstein
           “Os negócios são a minha arte”
                                                                   Robert Marcus      

I-Antes de tudo, conheça  e domine as suas aptidões e seus recursos interiores  para desenvolver com Criatividade, a sua “Arte e Inovação dos Negócios”. 

Quando falamos em Criatividade, para a maioria das pessoas há o entendimento de estar este termo,  implicitamente ligado às artes. Ter Criatividade nos negócios é uma situação ou condição que não passa pela cabeça das pessoas na maioria significativa das vezes. Porém, está comprovado que homens e mulheres de negócio bem sucedidos, desenvolvem uma abordagem de suas ações empresariais de modo criativo e não convencional: Eles expressam e demonstram implementar a “arte nos seus negócios”.  É obvio que esta “Criatividade” não é registrada como uma obra de arte, que fica gravada para as pessoas apreciarem posteriormente.   Estes criativos gestores  ficam totalmente envolvidos e absorvidos  com ações e expressões   de suas visões interiores, sabendo ser o seu principal desafio,  o de  organizar suas atividades e operações  gerenciais do seu dia-a-dia,  a partir de estratégias de ação criativas por serem  inéditas e por ainda não serem praticada pelos concorrentes.     

Estes executivos mostram e aplicam um perfil mental, tanto operacional como  estratégico,  o qual se destaca e se identifica também por sua curiosidade, por seu empreendedorismo  e por seu espírito aventureiro, onde demonstram estarem  dispostos  a correr riscos.  A sua disposição  para os riscos, demonstra  a sua Criatividade de forma operacional e estratégica.  Não devemos esquecer da verdade- fundamento das organizações, ou seja, de que em toda e qualquer  ação organizacional  existem necessariamente riscos.  Normalmente,  estes, para as ações do dia-a-dia organizacionais são pequenos e de baixo poder anti-organização.  Já para as ações e planos estratégicos, de médio a  longo prazo, os riscos se aprofundam e são maiores.  Para reduzir a força deste fator, o risco,  a Criatividade é fundamental e decisiva,   pois ela gera e cria caminhos organizacionais com maior grau de imunidade aos fatores opositores às organizações.    

Os executivos ao recorrerem à Criatividade para assim agirem, praticam o Pensamento ou Visão Sistêmica, ou seja, que todos os fatores constituidores e influenciadores do seu negócio, estão todos interlaçados ou inter-relacionados, como uma “rede de fatores”, de modo que estes relacionamentos “rediais” entre os fatores organizacionais podem ser a cada instante  aperfeiçoados através da Criatividade para gerar condições competitivas inovadoras, para a organização.  Estas ações   organizacionais inéditas são frutos da Criatividade.

Gestores criativos inovam continuamente a sua grande rede de fatores  constituidores de suas estruturas organizacionais, de modo a tornar as suas empresas ágeis, de respostas rápidas  e de ações inéditas –criativas- nos seus relacionamentos plenamente sustentáveis – políticos, econômicos, sociais, tecnológicos e sócio-ambientais - com os seus mercados atuais e potenciais.

II-Se não forem bem sucedidos em ações organizacionais, a ação é render-se às circunstâncias e às situações existentes? 

“O que significa “Render-se?”.  Para mim , render-se não significa desistir  ou abandonar, mas afastar-se de qualquer vínculo emotivo com o resultado final. A sensação que acompanha o ato da rendição é o de alívio.  Quando paro de tentar, isto significa que também paro de me preocupar. Repentinamente, um grande peso é tirado dos meus ombros. Minha mente se libera e uma sensação de expansão prevalece. De fato, a experiência de rendição é tão maravilhosa que acho ser a melhor forma de viver, aquela manifestada pela seguinte condição:  Não tente, simplesmente  renda-se!.  Então qual é o significado de  render-se?.  Para mim, render-se não quer dizer desistir  ou  abandonar, mas sim, afastar-se de qualquer vínculo emotivo com o resultado final.

A sensação que acompanha o ato de rendição é o de alívio. Quando paro de tentar, isto significa também ter parado de me preocupar. Então e repentinamente, um grande peso é tirado de meus ombros. Minha mente se libera e uma sensação de expansão do meu pensamento passa a prevalecer. De fato, a experiência de rendição é tão maravilhosa pois acho e entendo que a melhor forma de viver seria o seguinte: Não tente simplesmente render-se!. Aproveite e coloque a rendição como o ponto de partida e o início de uma nova proposta de avançar e realizar algo mais aperfeiçoado do que já foi feito.

                                     -A confiança na ciência-

Uma  característica interessante  a ser observada no comportamento criativo e inovador das pessoas e em particular dos gestores e  dos operadores  das  organizações que se destacam por serem criativas e inovadoras é: A ciência  não é enfaticamente  considerada e enfatizada como um “fator de criatividade constituinte e presente” quando  do desenvolvimento de inovações!.  Esta condição é percebida e sentida com bastante clareza,  principalmente quando acompanhamos e avaliamos as ações dos “Inventores”  mais impulsivos,  ou seja, suas inovações acontecem   e se desenvolvem independentemente de um olhar mais aprofundado das ciências, em particular da Física.  Os inventores não demonstram e quase nunca se referem aos fatores científicos envolvidos em suas inovações impulsionadas e materializadas pela sua Criatividade.  O nosso entender é o de  serem  as ciências a fonte sustentadora e viabilizadora   da Criatividade materializada pelas Inovações por ela gerada.  A física e a química, por exemplo,  são duas ciências essenciais para sustentar a Criatividade e para viabilizar Inovações!   

Um exemplo “do passar ao largo das ciências” do uso identificado da física aplicada, foi  praticado por Santos Dumont. Até hoje não encontramos uma descrição e justificação, nos livros que contam a saga deste grande inventor/inovador, os fundamentos em termos da física,  aplicados para desenvolver o princípio da “sustentação” de aeronaves/aviões no ar.   O 14-BIS  foi o primeiro aeroplano “mais pesado que o ar”, a voar  como o fazem os aviões de hoje. Para que  o 14-BIS alçasse vôo e se elevasse do chão, a sustentação  do vôo  foi  proporcionada  pelo princípio físico dos diferentes  perfis da asa da aeronave construída. 

A figura que segue mostra em corte, o perfil da asa e como este perfil promoveu, sob o ponto da física,  a sustentação  no ar,  do 14-Bis. O princípio dos perfis das asas  é o fundamento até hoje aplicado nas aeronaves atuais.

-O primeiro fator a ser destacado/relatado, é a divisão do fluxo do ar em Fluxo Superior do Ar e Fluxo Inferior do Ar. 
-O segundo fator a ser destacado/relatado é a diferença entre os dois perfis da asa, ou seja,  o Perfil Superior da Asa é mais extenso do que o Perfil Inferior da Asa. Isto representa dizer que a superfície superior da asa tem uma área maior do que a superfície inferior da asa.  
                

Como se desenvolve e se dá a sustentação do avião no ar:
1-O Fluxo de Ar é dividido em Fluxo Superior do Ar e o Fluxo Inferior do Ar.
2-Os dois Fluxos de Ar chegam ao mesmo tempo na Borda de Junção do Fluxo do Ar.
3-Como o Perfil Superior da Asa tem um  comprimento maior do que o comprimento do Perfil  Inferior da Asa,  o ar do fluxo superior se torna mais rarefeito formando um vácuo, o qual “puxa” a asa para cima, ou seja o vácuo atua sobre a superfície superior da asa “puxando” ao avião para cima. Quanto maior a velocidade do avião, maior é o vácuo gerado e por consequência, maior a sua sustentabilidade do avião no ar.  Por outro lado, se a velocidade do avião diminui, a sua sustentabilidade diminui também.  Existe, portanto,  uma velocidade limite, abaixo da qual o avião não se sustenta no ar e vai perdendo altura. É a física/mecânica dos fluídos em ação!.

Os aviões, desde o seu desenvolvimento logo após a descoberta de Santos Dumont, são dotados de sistemas que gerenciam as duas superfícies, de modo que o avião possa decolar ou aterrisar.

Santos Dumont confiou na ciência, mais especificamente  na Física e resolveu este desafio de voar com equipamentos de vôo ou aviões classificados como “ máquinas de voar mais pesadas que o ar”.

A ação de Santos Dumont foi fantasticamente criativa, pois  não desenvolveu uma inovação ao aplicar os fundamentos da  Física dos Fluídos.  A sua máquina voadora, o 14 BIS, foi somente um instrumento para aplicar a sua Criatividade,  ao fazer que o ar fosse o “suportador” da sua máquina de voar, nas alturas.  Se observarmos as aeronaves,  tanto o Quatorze Bis como as que hoje cruzam os céus, verificaremos que os seus formatos e estruturas são muito semelhantes  à dos pássaros.  A Criatividade  se manifestou ao utilizar como modelo algo que já existia – os pássaros- e adaptar esta nova proposta,  às necessidades da sociedade.       

4-A ciência é cada vez mais presente nas Organizações, onde a Criatividade faz  o “meio de campo” ou desenvolve a função promotora de sua utilização como fator de gerar Inovações.

Se analisarmos a vida e a contribuição dos grandes cientistas e inventores que mudaram a história das ciências humanas do mundo em que vivemos, – vide o texto 26 desta  série e que leva o título:  “Os paradigmas, o método científico, as inovações e os inventores/inovadores: uma  combinação e mescla necessária para as organizações avançarem nos seus propósitos de gerar inovações”, constataremos claramente a presença da Criatividade impulsionando as suas ações e seus propósitos de ir além das verdades e das culturas existentes e arraigadas. 

Para o desenvolvimento de suas ações criativas e de inovação,  o pensamento criativo foi o  impulsionador essencial  e decisivo.  Verifica-se  também a presença das ciências humanas em particular da Física  que tem sido ao longo dos séculos de vida do homem aqui na terra,  a parceira e fornecedora dos instrumentos para a Criatividade “engenheirar”  as inovações. 

Se alguém perguntar, qual é o combustível da Criatividade e das Inovações que dela resultam, verificaremos e teremos como resposta ser a Intuição  a  fonte inesgotável de prever e construir o Ainda Não Visto e o Ainda Não Pensado.  Lembre-se, a Intuição manipuladora da Física,  é um predicado e uma competência/habilidade humana, que nenhuma máquina, que nenhum computador  e que nenhuma Internet  consegue superar. 

                       Quem viver, verá!    

Eng. MSc. Fernando Oscar Geib

 

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