A Criatividade é como uma semente jogada em terra fértil
Tema 29-Para desenvolver o comportamento Inovador nos negócios e na vida pessoal, uma recomendação simples pode ajudá-lo nesta desafio: Seja criativo, e mais ainda, abuse da Criatividade sempre!. Exceder em Criatividade nunca fez mal para ninguém e para as organizações!
“Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam.”
Salmo 127:1 28MAI15
1-A Criatividade é como uma semente jogada em terra fértil. Se não houver esta semente, nada acontece, por mais que o campo esteja preparado.
A metáfora do campo preparado e da semente pronta a ser lançada, é um recurso facilitador para a compreensão do que vem a ser a Criatividade e principalmente como ela se desenvolve e aflora nas pessoas. Por outro lado, instituir e definir regras pessoais a serem seguidas como um “Manual de Promoção da Criatividade” para tornar as pessoas com este dom tão importante, é uma ação de pouca efetividade!. O certo é: As pessoas para serem criativas e por consequência potencialmente geradoras de inovações, devem estar inseridas em ambientes propícios ao desenvolvimento destas ações, hoje tão importantes!.
Esta afirmação é confirmada quando olhamos para situações já acontecidas com notáveis inovadores. Sem sermos repetitivos e insistentes, ou tentar “dançar um samba de uma nota só”, iremos mais uma vez olhar para etapas da vida de Santos Dumont, o Brasileiro Voador, usuário incansável da Criatividade. Pois este ao assim ser, gerou e estruturou uma equipe de auxiliares para levar adiante o seu sonho de voar “como os pássaros”. Em Paris, onde o nosso conterrâneo implementou as suas inusitadas idéias, este valeu-se de uma equipe de excluídos sociais, pobres moradores da Cidade Luz, para levar adiante os seus propósitos. É sabido, mesmo sendo pessoas simples, humildes e não letradas, estas muito colaboraram com idéias e sugestões para que as propostas de Dumont se tornassem realidade. Sem sermos exagerados, estes anônimos auxiliares certamente foram um “pilar fundamental” para materializar e transformar as inéditas idéias do brasileiro em realidades tangíveis e efetivas. Eles também utilizaram a sua Criatividade inata, para auxiliar o brasileiro. É a história que conta isto.
A Criatividade é portanto um dom, uma habilidade pessoal semelhante a uma semente “adormecida e inerte” a qual deve ser, necessariamente, estimulada e ativada, para germinar, tornar-se “uma planta” e ao crescer, gerar frutos, os quais tragam benefícios tanto para as pessoas que a” plantaram”, como para a sociedade. Quais são estes frutos? Coisas, pensamentos, sistemas e modos de ser e agir, incomuns e ainda não existentes.
Estas ações de estímulo e ativação do espírito criativo devem ser desenvolvidas necessária e obrigatoriamente pela própria pessoa, para ela perceber como sua Criatividade se manifesta, cresce, se desenvolve e gera resultados. O ser humano é por natureza um ser criativo e portanto, é ele o principal agente para fazer esta competência pessoal se manifestar, se desenvolver e se tornar em uma realidade contributiva para a sociedade.
Portanto, existem comportamentos e ações pessoais a serem auto-incentivadas, auto-desenvolvidas e auto-aperfeiçoadas para haver a exteriorização desta capacidade pessoal de desenvolver e de aplicar a Criatividade. Se esta tarefa pode nos parecer extremamente desafiadora e impossível de ser realizada, algumas manifestações de estudiosos do assunto e de ilustres pessoas que com ela convivem, nos fornecem o “combustível” para uma auto-ação mobilizadora e de auto-acordamento para ativar esta nossa competência inata :
“A vida não-criativa não vale a pena ser vivida”
Ted Nierenberg
“A Criatividade está dentro de cada um. Essa é uma afirmação realmente louca.
Mas eu realmente acho que ela é verdadeira”.
Renato McPherson
“A Imaginação é mais importante que o Conhecimento”.
Albert Einstein
“Os negócios são a minha arte”
Robert Marcus
I-Antes de tudo, conheça e domine as suas aptidões e seus recursos interiores para desenvolver com Criatividade, a sua “Arte e Inovação dos Negócios”.
Quando falamos em Criatividade, para a maioria das pessoas há o entendimento de estar este termo, implicitamente ligado às artes. Ter Criatividade nos negócios é uma situação ou condição que não passa pela cabeça das pessoas na maioria significativa das vezes. Porém, está comprovado que homens e mulheres de negócio bem sucedidos, desenvolvem uma abordagem de suas ações empresariais de modo criativo e não convencional: Eles expressam e demonstram implementar a “arte nos seus negócios”. É obvio que esta “Criatividade” não é registrada como uma obra de arte, que fica gravada para as pessoas apreciarem posteriormente. Estes criativos gestores ficam totalmente envolvidos e absorvidos com ações e expressões de suas visões interiores, sabendo ser o seu principal desafio, o de organizar suas atividades e operações gerenciais do seu dia-a-dia, a partir de estratégias de ação criativas por serem inéditas e por ainda não serem praticada pelos concorrentes.
Estes executivos mostram e aplicam um perfil mental, tanto operacional como estratégico, o qual se destaca e se identifica também por sua curiosidade, por seu empreendedorismo e por seu espírito aventureiro, onde demonstram estarem dispostos a correr riscos. A sua disposição para os riscos, demonstra a sua Criatividade de forma operacional e estratégica. Não devemos esquecer da verdade- fundamento das organizações, ou seja, de que em toda e qualquer ação organizacional existem necessariamente riscos. Normalmente, estes, para as ações do dia-a-dia organizacionais são pequenos e de baixo poder anti-organização. Já para as ações e planos estratégicos, de médio a longo prazo, os riscos se aprofundam e são maiores. Para reduzir a força deste fator, o risco, a Criatividade é fundamental e decisiva, pois ela gera e cria caminhos organizacionais com maior grau de imunidade aos fatores opositores às organizações.
Os executivos ao recorrerem à Criatividade para assim agirem, praticam o Pensamento ou Visão Sistêmica, ou seja, que todos os fatores constituidores e influenciadores do seu negócio, estão todos interlaçados ou inter-relacionados, como uma “rede de fatores”, de modo que estes relacionamentos “rediais” entre os fatores organizacionais podem ser a cada instante aperfeiçoados através da Criatividade para gerar condições competitivas inovadoras, para a organização. Estas ações organizacionais inéditas são frutos da Criatividade.
Gestores criativos inovam continuamente a sua grande rede de fatores constituidores de suas estruturas organizacionais, de modo a tornar as suas empresas ágeis, de respostas rápidas e de ações inéditas –criativas- nos seus relacionamentos plenamente sustentáveis – políticos, econômicos, sociais, tecnológicos e sócio-ambientais - com os seus mercados atuais e potenciais.
II-Se não forem bem sucedidos em ações organizacionais, a ação é render-se às circunstâncias e às situações existentes?
“O que significa “Render-se?”. Para mim , render-se não significa desistir ou abandonar, mas afastar-se de qualquer vínculo emotivo com o resultado final. A sensação que acompanha o ato da rendição é o de alívio. Quando paro de tentar, isto significa que também paro de me preocupar. Repentinamente, um grande peso é tirado dos meus ombros. Minha mente se libera e uma sensação de expansão prevalece. De fato, a experiência de rendição é tão maravilhosa que acho ser a melhor forma de viver, aquela manifestada pela seguinte condição: Não tente, simplesmente renda-se!. Então qual é o significado de render-se?. Para mim, render-se não quer dizer desistir ou abandonar, mas sim, afastar-se de qualquer vínculo emotivo com o resultado final.
A sensação que acompanha o ato de rendição é o de alívio. Quando paro de tentar, isto significa também ter parado de me preocupar. Então e repentinamente, um grande peso é tirado de meus ombros. Minha mente se libera e uma sensação de expansão do meu pensamento passa a prevalecer. De fato, a experiência de rendição é tão maravilhosa pois acho e entendo que a melhor forma de viver seria o seguinte: Não tente simplesmente render-se!. Aproveite e coloque a rendição como o ponto de partida e o início de uma nova proposta de avançar e realizar algo mais aperfeiçoado do que já foi feito.
-A confiança na ciência-
Uma característica interessante a ser observada no comportamento criativo e inovador das pessoas e em particular dos gestores e dos operadores das organizações que se destacam por serem criativas e inovadoras é: A ciência não é enfaticamente considerada e enfatizada como um “fator de criatividade constituinte e presente” quando do desenvolvimento de inovações!. Esta condição é percebida e sentida com bastante clareza, principalmente quando acompanhamos e avaliamos as ações dos “Inventores” mais impulsivos, ou seja, suas inovações acontecem e se desenvolvem independentemente de um olhar mais aprofundado das ciências, em particular da Física. Os inventores não demonstram e quase nunca se referem aos fatores científicos envolvidos em suas inovações impulsionadas e materializadas pela sua Criatividade. O nosso entender é o de serem as ciências a fonte sustentadora e viabilizadora da Criatividade materializada pelas Inovações por ela gerada. A física e a química, por exemplo, são duas ciências essenciais para sustentar a Criatividade e para viabilizar Inovações!
Um exemplo “do passar ao largo das ciências” do uso identificado da física aplicada, foi praticado por Santos Dumont. Até hoje não encontramos uma descrição e justificação, nos livros que contam a saga deste grande inventor/inovador, os fundamentos em termos da física, aplicados para desenvolver o princípio da “sustentação” de aeronaves/aviões no ar. O 14-BIS foi o primeiro aeroplano “mais pesado que o ar”, a voar como o fazem os aviões de hoje. Para que o 14-BIS alçasse vôo e se elevasse do chão, a sustentação do vôo foi proporcionada pelo princípio físico dos diferentes perfis da asa da aeronave construída.
A figura que segue mostra em corte, o perfil da asa e como este perfil promoveu, sob o ponto da física, a sustentação no ar, do 14-Bis. O princípio dos perfis das asas é o fundamento até hoje aplicado nas aeronaves atuais.
-O primeiro fator a ser destacado/relatado, é a divisão do fluxo do ar em Fluxo Superior do Ar e Fluxo Inferior do Ar.
-O segundo fator a ser destacado/relatado é a diferença entre os dois perfis da asa, ou seja, o Perfil Superior da Asa é mais extenso do que o Perfil Inferior da Asa. Isto representa dizer que a superfície superior da asa tem uma área maior do que a superfície inferior da asa.
Como se desenvolve e se dá a sustentação do avião no ar:
1-O Fluxo de Ar é dividido em Fluxo Superior do Ar e o Fluxo Inferior do Ar.
2-Os dois Fluxos de Ar chegam ao mesmo tempo na Borda de Junção do Fluxo do Ar.
3-Como o Perfil Superior da Asa tem um comprimento maior do que o comprimento do Perfil Inferior da Asa, o ar do fluxo superior se torna mais rarefeito formando um vácuo, o qual “puxa” a asa para cima, ou seja o vácuo atua sobre a superfície superior da asa “puxando” ao avião para cima. Quanto maior a velocidade do avião, maior é o vácuo gerado e por consequência, maior a sua sustentabilidade do avião no ar. Por outro lado, se a velocidade do avião diminui, a sua sustentabilidade diminui também. Existe, portanto, uma velocidade limite, abaixo da qual o avião não se sustenta no ar e vai perdendo altura. É a física/mecânica dos fluídos em ação!.
Os aviões, desde o seu desenvolvimento logo após a descoberta de Santos Dumont, são dotados de sistemas que gerenciam as duas superfícies, de modo que o avião possa decolar ou aterrisar.
Santos Dumont confiou na ciência, mais especificamente na Física e resolveu este desafio de voar com equipamentos de vôo ou aviões classificados como “ máquinas de voar mais pesadas que o ar”.
A ação de Santos Dumont foi fantasticamente criativa, pois não desenvolveu uma inovação ao aplicar os fundamentos da Física dos Fluídos. A sua máquina voadora, o 14 BIS, foi somente um instrumento para aplicar a sua Criatividade, ao fazer que o ar fosse o “suportador” da sua máquina de voar, nas alturas. Se observarmos as aeronaves, tanto o Quatorze Bis como as que hoje cruzam os céus, verificaremos que os seus formatos e estruturas são muito semelhantes à dos pássaros. A Criatividade se manifestou ao utilizar como modelo algo que já existia – os pássaros- e adaptar esta nova proposta, às necessidades da sociedade.
4-A ciência é cada vez mais presente nas Organizações, onde a Criatividade faz o “meio de campo” ou desenvolve a função promotora de sua utilização como fator de gerar Inovações.
Se analisarmos a vida e a contribuição dos grandes cientistas e inventores que mudaram a história das ciências humanas do mundo em que vivemos, – vide o texto 26 desta série e que leva o título: “Os paradigmas, o método científico, as inovações e os inventores/inovadores: uma combinação e mescla necessária para as organizações avançarem nos seus propósitos de gerar inovações”, constataremos claramente a presença da Criatividade impulsionando as suas ações e seus propósitos de ir além das verdades e das culturas existentes e arraigadas.
Para o desenvolvimento de suas ações criativas e de inovação, o pensamento criativo foi o impulsionador essencial e decisivo. Verifica-se também a presença das ciências humanas em particular da Física que tem sido ao longo dos séculos de vida do homem aqui na terra, a parceira e fornecedora dos instrumentos para a Criatividade “engenheirar” as inovações.
Se alguém perguntar, qual é o combustível da Criatividade e das Inovações que dela resultam, verificaremos e teremos como resposta ser a Intuição a fonte inesgotável de prever e construir o Ainda Não Visto e o Ainda Não Pensado. Lembre-se, a Intuição manipuladora da Física, é um predicado e uma competência/habilidade humana, que nenhuma máquina, que nenhum computador e que nenhuma Internet consegue superar.
Quem viver, verá!
Eng. MSc. Fernando Oscar Geib