Workshop na ACI mostra a importância do Conselho de Administração para a perpetuação das empresas
Novo Hamburgo/RS - Governança corporativa. Um tema instigante, complexo e muito discutido nos dias atuais. Definida como um conjunto de processos, costumes, políticas e regulamentos que determinam a maneira como uma empresa é dirigida, administrada ou controlada, o assunto foi tema do Workshop promovido pela Associação Comercial Industrial e de Serviços de Novo Hamburgo, Campo Bom e Estância Velha, na terça-feira (02). "O evento deu seguimento as ações de parceria com o IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa) e objetivou debates sobre a relevância do Conselho de Administração para a perpetuação das empresas", ressaltou o presidente da ACI, Marcelo Clark Alves.
O coordenador do IBGC Capítulo Sul, Leonardo Wengrover foi o mediador do debate, além de apresentar o trabalho realizado pelo Instituto que conta com 1.408 associados pessoas físicas e outros 183 pessoas jurídicas, possuindo 15 mantenedores distribuídos em sete capítulos (Ceará, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Santa Catarina) e tendo o Centro de Formação localizado em São Paulo. "Ao longo dos anos nos tornamos referência em geração de conteúdo sobre o tema , com um código de melhores práticas de governança corporativa, aproximando pequenas, medias e grandes empresas", ressaltou Wengrover.
O Workshop, organizado pelo Comitê de Jovens Empreendedores da ACI, contou com os palestrantes de Dayse Bina, gerente corporativa da Medabil, que falou sobre "Governança Corporativa: Um case de sucesso"; Ruy Lopes Filho, conselheiro de seis empresas de famílias empreendedoras, tratando sobre "Importância dos Conselhos de Administração em Empresas Empreendedoras"; e João Verner Juenemann, membro do Conselho de Administração do Banrisul, que abordou sobre "A importância do controle para o exercício da supervisão do Conselho de Administração".
Fundada há 48 anos, pelo empresário Attilio Bilibio, falecido em 2007, a Medabil atua na concepção de projetos, fabricação e montagem de estruturas metálicas no Brasil e no mundo. Com sede em Porto Alegre, conta com fábrica também na cidade de Nova Bassano (RS), município de sua origem, Chapecó (SC) e Serra (ES) e tem como CEO o filho primogênito César Bilibio. "Com o passar dos tempos, foi preciso nos tornarmos fortes e entendermos o mercado. Houve a necessidade de se profissionalizar, mas sem tirar o olho da família, que é quem, de fato, prepara as próximas gerações para comandar a empresa", relatou Dayse. A palestrante recordou que as primeiras conversas sobre o tema governança corporativa tiveram início por volta de 1996 e que hoje o Conselho de Administração da empresa é o principal órgão, decidindo políticas e metas a serem seguidas. "O Conselho de Administração agrega valor, avalia propostas que chegam da própria diretoria, seguindo um regimento interno", complementou.
Ruy Lopes Filho iniciou sua carreira no Grupo Gerdau em 1971. No período de 1975 a 1982 ocupou os cargos de gerente Administrativo da Comercial Gerdau, e gerente Geral Administrativo e gerente Geral Financeiro do Grupo. Atuou como diretor do Grupo Gerdau (financeiro, de Planejamento e executivo) e do ano de 99 a janeiro de 2006 foi diretor de Planejamento, Comunicação Social e Desenvolvimento de Negócios. A partir de então passou a vice-presidente de Projetos Estratégicos. Ao se aposentar do Grupo, em 2008, passou a atuar como conselheiro em várias empresas. "Administrar uma empresa familiar, com alto foco empreendedor e conceitos de gestão profissional, é mais do que garantir segurança ao herdeiros, é difundir valores, criando uma cultura sobre trabalho. A longevidade é algo muito importante", ensinou ele. O palestrante também deu exemplos de grandes empresas da década de 60 que hoje já não estão mais em atividade. "Precisamos preservar e perpetuar empresas de controle familiar", observou, ao citar que 65% dos fracassos das empresas ocorrem em função de conflitos de famílias. E deu dicas importantes ao público que lotou o Auditório da ACI. "Trate seu negócio como negócio. Família é família. Cada geração deve agir como se fosse a primeira e a educação deve conter ensinamentos, desde criança, sobre princípios e valores. Só assim teremos pessoas comprometidas e realizadas", destacou, avaliando que a região de Novo Hamburgo é uma das maiores do Estado que possui histórias familiares empreendedoras.
Com mais de 30 anos de experiência em Conselhos de Administração, Comitês de Auditoria e Riscos, Conselhos Fiscais de empresas públicas e privadas, abertas e fechadas, João Verner Juenemann atua na área de auditoria independente, perícias contábeis e consultoria no setor de governança corporativa. "Em cada companhia que participamos, aprendemos muito. Nas empresas familiares há muito mais família do que negócios. Então é preciso constatar quem são os que possuem aptidão para seguir em frente, e até mesmo àqueles que desejam seguir outros caminhos". Esta análise e controle, segundo Juenemann, é necessário para que as empresas possam desenvolver processos adequados, tomar atitudes que reduzam grandes riscos e minimizem outros. "Enfim, é preciso estar ciente do ambiente corporativo". Com a experiência acumulada, boas e ruins, neste quesito ele reforça a importância do exercício da supervisão do Conselho de Administração.
"Este foi um evento muito importante desenvolvido pela ACI, na parceria com o IBGC. Fomos a primeira entidade do interior do RS a desenvolver estas ações conjuntas. É um assunto bastante discutido entre as novas gerações e o evento trouxe esclarecimentos sobre o tema ", destaca o vice-presidente de Jovens Empreendedores da ACI, Miguel Marques Vieira. O patrocínio do Workshop foi de Alternativa Contabilidade especializada em Construtoras/Incorporadoras; Tondo Desenvolvimento de Famílias Empresárias e Empresas Familiares; e Valian Contabilidade e Assessoria Empresarial.
De Zotti - Assessoria de Imprensa
Em 02/06/2015
