História em chamas

Por ACI: 08/02/2021
Casarão dos Friedrich: uma típica fazenda do período escravagista. - Foto/divulgação: Marcos Quintana

Atônito e entristecido eu fiquei com a notícia e as imagens do incêndio no casarão dos Friedrich. É, sem dúvida, um evento que só temos a lamentar, pois ali está vivificado um capítulo importante da história de Novo Hamburgo. Espero que os danos possam ser rapidamente recuperados e que o fato nos sirva de alerta para a atenção e o cuidado que precisamos ter com nossa história.

O projeto Bairros de Novo Hamburgo e o MAC - Meio Ambiente Cultural - me abriram os olhos para a importância e a fragilidade daquilo que somos constituídos, que nos representa no tempo e espaço. Nas descobertas que fiz através das matérias para o Bairros de Novo Hamburgo eu soube que nossa cidade foi escravagista.

Sério, tivemos escravos em Novo Hamburgo e a área que concentrou a maioria deles, na época, chamava-se África. Hoje, conhecemos como bairro Guarani. O nome indígena vem de outro fato inusitado. Havia uma empresa de ônibus chamada Transporte Guarani e o coletivo tinha um cacique estampado na lateral.

O pessoal dizia: Vou pegar o Guarani. E, assim, o nome da empresa acabou batizando o bairro. Quem me contou esses eventos curiosos foi o Zeca Martins, antes da entrevista que realizei com o filho dele e a esposa sobre o Guarani.

Para mim, foi surpreendente conhecer essa pequena parte da nossa história, agora abalada pelo incidente. Como o casarão, que precisa ser recuperado, temos outros prédios, monumentos e histórias que precisam ser preservadas.

Fonte/Associada: Jorge Trenz Negócios Imobiliários

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