Comitê de Economia avalia cenário binário
Novo Hamburgo/RS – Na reunião do Comitê de Economia da Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Novo Hamburgo, Campo Bom e Estância Velha, coordenada pelo vice-presidente Flavio Stein, e realizada na quarta-feira (18), o grupo fez uma análise sobre o cenário binário, com inflação controlada, taxa de juros baixando, investimento entrando no Brasil, país crescendo e realizando reformas. Na avaliação dos integrantes, se o próximo presidente for de centro-direita, o cenário continuará positivo. Se for eleito um candidato com viés esquerda, poderá ocorrer um retrocesso. “Para o cenário positivo é indispensável a continuação de reformas, entre elas a previdenciária, e isso dependerá do apoio dos parlamentares que serão eleitos”, reforçaram.
Quanto ao setor coureiro, foi observada uma melhora na exportação do calçado, devido ao aumento do dólar. Já no segmento de metais, a situação está recessiva, ocorrendo demissões. “Os preços que as concorrências estão oferendo, são impraticáveis. Mas apostam que esta concorrência não vai ter força para se manter a curto e médio prazo, como já ocorreu em outras épocas e em outros setores”, observaram.
Também o setor de máquinas foi avaliado. “O mercado está instável, a intenção de compra é voltada a uma necessidade, para melhorar a performance, a fim de dar mais resultado dentro das produções, pois há um sucateamento muito grande, e agora as indústrias estão começando a se ativar, até mesmo pelo aumento da exportação. Mas é somente uma intenção parada: eu quero, eu preciso, mais tenho de pensar mais para frente. É um investimento alto e o resultado a longo prazo. Primeira a empresa precisa se capitalizar para depois investir. As vendas são pontuais, com negociações em média de um ano”, relataram.
No setor farmacêutico, o frio não é um indicativo de aumento de faturamento, pois têm enfermidades que ocorrem o ano inteiro. “Só mudam os tipos de campanhas, de inverno e de verão”, constataram, ao frisar que houve um aumento anual de 2,43% e até a semana anterior não estavam aplicando. “Outro aumento que vai impactar é o da energia elétrica. No mercado livre de energia, o retorno é imediato. Neste caso, no Brasil, a empresa precisa ter uma demanda mínima de energia contratada de 500 kW mês, migrando para o mercado livre. Ela faz um contrato de cinco ou seis anos com o quilowatt-hora estipulado”. Mas, as pessoas ainda estão muito ecoadas, as aquisições de créditos estão mais ponderadas. “Tem muitas alternativas para investimentos, como a de energia solar, veículos e imobiliários, mas acabam não contratando. O mercado ainda não está respondendo, tem muita desconfiança, baixa lucratividade, e os investimentos não acontecem da forma que todos gostariam”, complementou o grupo.
Para o Comitê, embora a taxa Selic tenha o recente histórico de baixa, os bancos não estão acompanhando a queda de juros para o mercado. Um dos aspectos que pode estar contribuindo é a alta concentração bancária, onde quatro instituições operam cerca de 80% do total do crédito e dos depósitos bancários. “A liquidez das pessoas físicas encontra-se em melhoras”, concluíram.
De Zotti – Assessoria de Imprensa
Em 24/04/2018
