Negócios conscientes têm rentabilidade superior aos demais

Por ACI: 18/11/2021

O capitalismo transformou a humanidade nos últimos 200 anos. Em 1800, o PIB per capita era de R$ 500, a pobreza absoluta atingia 95% da população de um bilhão de pessoas e a expectativa de vida era de apenas 33 anos. No século XXI, o PIB per capita é de R$ 7,5 mil, a pobreza absoluta chega a 15% da população de 7 bilhões de pessoas e a expectativa de vida é de 75 anos.

Por outro lado, o sistema não curou as dores do mundo. Hoje, uma em cada nove pessoas não tem o suficiente para comer no planeta, 2 bilhões de pessoas vivem como menos de US$ 3 ao dia, 70 milhões de jovens não conseguem encontrar trabalho e, desde 2015, o 1% mais rico detém mais riqueza que todos os outros 99% juntos.

Para mudar esta realidade e obter um melhor equilíbrio da distribuição de riquezas, um novo jeito de se fazer negócios cresce em todo o mundo. Os chamados negócios conscientes são resultado de uma nova consciência que ganha corpo no planeta, o surgimento de um novo ser humano, que exige um novo conceito de negócio.

O movimento crescente, inclusive no Brasil, foi tema da palestra do diretor-executivo da Sicredi Pioneira, Solon Stapassola Stahl, no Prato Principal desta quinta-feira, na Sociedade Ginástica Novo Hamburgo, com o patrocínio de Sicredi Pioneira e Laboratório Fleming e apoio máster de Universidade Feevale.

“Baseado nas práticas saudáveis orientadas pelo ESG, um negócio consciente visa gerar impacto positivo em todas as partes interessadas, gerando um ganha-ganha-ganha, isto é, ganhos à empresa, aos acionistas e a todas as partes interessadas, como sociedade, empregados, concorrentes, fornecedores, sindicatos, governo e clientes”, disse Stahl. Conforme ele, no novo modelo, sai de cena o egocentrismo e ganha evidência do ecocentrismo, da mesma forma que a concentração de riqueza dá lugar à geração de prosperidade.

Resultados positivos

Pesquisa indica que empresas internacionais que adotam práticas sustentáveis aumentaram em 1700% a sua rentabilidade nos últimos 15 anos, nível muito superior ao daquelas que pouco ou nada investiram para zerar o impacto negativo de seus negócios sobre as atividades das partes interessadas.

No Brasil, conforme o Guia Exame Maiores e Melhores 2021, as chamadas empresas humanizadas possuem rentabilidade 3,5 vezes superior à média das 500 maiores do país. “Em 20 anos, a rentabilidade das humanizadas atingiu 347%, ante 98% das não humanizadas”, afirmou o palestrante. Dobra, Mercur e a própria Sicredi Pioneira são algumas das organizações cujas práticas sustentáveis geram rentabilidade superior.

“As cooperativas são conscientes por DNA”, afirmou o palestrante, citando que, ao contrário dos grandes bancos comerciais, cujos créditos concedidos são aplicados em sua maioria na região sudeste, as cooperativas fazem como que o dinheiro circule 100% na economia local, gerando desenvolvimento e melhoria da qualidade de vida da população. “Municípios que possuem cooperativa de crédito têm PIB 5,6% superior, aumento de 6,2% no emprego formal e nível de empreendedorismo 15,7% maior”, acrescentou.

Por onde começar

Conforme Solon Spassola Stahl, o processo de evolução para uma empresa humanizada ou um negócio consciente começa pela consciência da liderança e pela definição de um propósito, que vai além do lucro. “Sem propósito, não há impacto positivo”, alertou o palestrante, destacando que não se trata de transformação e sim de evolução. Segundo ele, deve-se iniciar com uma prática consciente, neutralizar o impacto negativo antes de pensar no impacto positivo e acreditar no poder do ecossistema.

Patrocinadores: Sicredi Pioneira e Laboratório Fleming.

Apoio máster: Universidade Feevale.

Texto postado por GBM Comunicação

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