A bomba de efeito retardado antes de apagar a luz

Por ACI: 14/11/2014

A proposta referente ao reajuste do salário mínimo regional, encaminhada à Assembleia Legislativa pelo Governador nesta semana, abre espaço para duas interpretações: a do desconhecimento do que seja a realidade econômica gaúcha ou a vocação generosa para deixar como legado ao seu sucessor e ao povo gaúcho um reluzente Cavalo de Troia.
 
Em respeito a formação acadêmica e a biografia do ilustre Governador, prefiro apostar na segunda possibilidade. Afinal, um reajuste da ordem de 16% frente à projeção oficial do Governo Federal, de inflação da ordem de 6% para o ano de 2015, enseja diversas ponderações sob o holofote sindical, mas vai em ordem contrária à realidade econômica do país.
 
Ou não vai?

O Brasil e o Rio Grande do Sul atravessam um momento muito delicado, com uma taxa de crescimento do PIB em 2014 abaixo de 1% e aqueles que conhecem um pouco de economia sabem que é descabido alavancar o crescimento econômico com o simples reajuste de salários. Se assim não fosse, a economia teria um remédio pronto a cada nova situação. Recessão? Subam os salários. Mercado deprimido? Aumentem os índices de remuneração!

O que precisamos é de segurança jurídica, mais formalização de empregos, investimentos em produtividade, atratividade para os negócios e menos intervenção estatal para trabalharmos, investirmos e fazermos crescer este Estado.

Bombas de efeito retardado que visam minar o Governo de um sucessor que lhe venceu democraticamente nas urnas causam apenas constrangimento e vão na via contrária da construção de um perfil de estadista.

Afinal, o que todos precisamos são planos de Estado, e não de apenas um Governo.

Me surpreende que o governador eleito não se posicione ou se manifeste contrário ao índice, ele que em nenhum momento foi populista para vencer a eleição e sabe que esta conta será muita cara para ele pagar.

Marcelo Clark Alves
Presidente da ACI-NH/CB/EV

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