Sub-linhagem potencialmente mais transmissível do SARS-CoV-2 é encontrada no RS

Por ACI: 27/05/2022

Conclusão é do informe da Rede Corona-Ômica BR-MCTI, a partir de análises realizadas no Laboratório de Microbiologia Molecular da Feevale, que foi divulgado nesta sexta-feira 

Nova análise divulgada em informe da Rede Corona-Ômica BR-MCTI, integrante da Rede Vírus do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), demonstra que a sub-linhagem BA.2 – potencialmente mais transmissível – da variante VOC Ômicron do SARS-CoV-2, vírus causador da Covid-19, tem aumentado neste mês de maio no Rio Grande do Sul. Também foi demonstrado que a variante XQ, recombinante entre as linhagens BA.1.1 e BA.2, já está circulando no estado. Por meio do Laboratório de Microbiologia Molecular da Universidade Feevale, foram identificados e sequenciados 40 genomas completos de SARS-CoV-2 de amostras coletadas em municípios das regiões Metropolitana, Vale do Sinos, Serra e Caí. 
 
Avaliando o acompanhamento epidemiológico que vem sendo realizado desde o surgimento do SARS-CoV-2, o pró-reitor de Pesquisa, Pós-graduação e Extensão da Universidade Feevale e coordenador da Rede Corona-Ômica BR-MCTI, Fernando Spilki, explica que foi possível demonstrar que a VOC Ômicron é predominante desde janeiro de 2022, acompanhando o cenário mundial. “Ela é composta por várias sub-linhagens, e este estudo constatou que a proporção de sequências relatadas globalmente designadas como BA.2 tem aumentado em relação à BA.1 (sub-linhagem predominante até então)”, afirma. “Alguns estudos demonstram que a sub-linhagem BA.2 seria mais transmissível do que a BA.1 e mais eficiente em infectar pessoas vacinadas e com uma terceira dose de reforço do que as variantes anteriores”, alerta o pesquisador.  
 
Além disso, sequências recombinantes têm sido relatadas mundialmente, como por exemplo: a variante XD, recombinante entre as linhagens Delta e Omicron (“Deltacron”); as XG e XE, recombinantes das linhagens BA.1 e BA.2, porém com mutações diferentes; e a XQ, recombinante entre as linhagens BA.1.1 e BA.2, detectada neste estudo (3 amostras) e que foi relatada pela primeira vez no Brasil (São Paulo), em abril deste ano. A expansão da variante BA.2 e da recombinante XQ no estado também são observáveis a partir de dados inseridos na plataforma internacional Gisaid por outros grupos do Rio Grande do Sul. “A circulação de diferentes variantes e sub-linhagens é concomitante a um aumento considerável no número de casos no estado e reforça a necessidade de cautela em relação a esse momento da pandemia”, completa Spilki. 
 
*Amostras analisados através da plataforma on-line Nextclade, em iniciativa conjunta entre a Corona-ômica e o Projeto Immuneshare. Os dados obtidos no presente estudo estão sendo depositados em bases nacionais e internacionais, com a posterior submissão do trabalho ao periódico científico. 

Fonte/Associada: Universidade Feevale

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