Técnico em edificações, professor de línguas e delegado

Por ACI: 23/11/2020
Delegado Tarcísio: é importante que a vítima não se coloque na condição de vítima

Ele é natural de São Lourenço do Sul, formado em Letras e Direito. Tarcísio Lobato Kaltbach foi Mestre de Obras, professor de Língua Portuguesa e Língua Francesa, em cursos preparatórios para concursos e na ACADEPOL (Academia de Polícia Civil do RS) e é o Delegado da 1ª DP de Novo Hamburgo. Ingressou na Polícia Civil em 2004, em Flores da Cunha, onde também conheceu a esposa. De 2005 até 2013 foi Delegado de Polícia plantonista e Titular da 2ª Delegacia de Polícia em Caxias do Sul e, há 7 anos, trabalha e vive com a família em Novo Hamburgo, pertinho do trabalho.

“O desafio de qualquer gestor da segurança pública, independente da instituição que represente, é manter um vínculo muito próximo com a comunidade para que ela, independente dos crimes que aconteçam no município, lhe traga informações. Não se faz um trabalho sozinho na segurança pública”, afirma.

É um trabalho complexo ter a comunidade a favor das forças policiais. Não é fácil entender o mecanismo de funcionamento da nossa legislação e ainda mais aos olhos de quem não a opera. Quando uma pessoa é presa, ele exemplifica, a família do preso cria restrições com a polícia. Quando uma pessoa não fica presa, seja porque não cabe prisão ou porque paga a fiança, a própria vítima se sente desprotegida. “Não é que a polícia civil queira soltar ou prender esse ou aquele, apenas obedecemos a Legislação Processual Penal. “ Em função destas e outras situações, o gestor precisa envidar esforços contínuos para criar e estreitar laços com a sociedade.

Tarcísio é enfático ao dizer que não se faz um trabalho sozinho na segurança pública. “É fundamental aproximar os órgãos de segurança e da Justiça entre si (Ministério Público, Poder Judiciário, Polícia Civil, Guarda Municipal, Brigada Militar, Polícia Rodoviária Estadual e Federal, Susepe e IGP) ou seja, estabelecer canais de comunicação entre todos os representantes destas Instituições, cada um, obviamente, respeitando a sua missão constitucional, em conjugação de esforços. “

Novo Hamburgo figurava entre as 18 cidades mais violentas do estado até pouco tempo atrás e tivemos resultados muito bons na redução de alguns crimes. Perguntei como foi possível. “O governo do Estado, após um profundo estudo sobre o tema, elencou 4 indicadores criminais para nossa cidade, ou seja, os pontos críticos que deveriam ser enfrentados: homicídio, roubo a pedestre, roubo de veículo e roubo a estabelecimento comercial. Efetivamente, conseguimos baixar todos, significativamente. ” O delegado reforça que isso foi possível com trocas de informações, setores de inteligência das instituições se conversando e implementando ações e operações na rua.

Quero saber se as pessoas que pretendem morar numa casa podem voltar a sonhar com isso sem medo. “ Uma cidade mais segura para morar, volto a dizer, é um trabalho conjunto, contínuo, persistente, duradouro e com apoio da comunidade. Tudo o que nós estamos fazendo, cada operação na rua cria uma sensação de instabilidade para o delinquente. Mas o cidadão de bem também deve estar atento e vigilante. Muitas pessoas acabam sendo vítimas por descuido mesmo. Um morador que abre o porta-malas, descarrega compras de seu veículo falando no celular é uma vítima em potencial. Ela está dando uma causa para um furto, um roubo, um sequestro relâmpago, eventualmente a um latrocínio. Isso a comunidade precisa entender. É importante que “a vítima não se coloque na condição de vítima”.

É preciso estar atento até nas ruas das cidades mais seguras do mundo.

Fonte/Associada: Jorge Trenz Negócios Imobiliários

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