Fórum de Desenvolvimento Econômico trouxe grandes nomes para Novo Hamburgo

Por ACI: 19/09/2017

Novo Hamburgo/RS - A Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), por meio do presidente do Conselho Deliberativo da entidade, Rosnei da Silva, esteve presente na segunda-feira (18) em mais uma edição do Fórum de Desenvolvimento Econômico do Vale do Sinos. Promovido pelo Grupo Sinos, no Teatro da Feevale, em Novo Hamburgo, o encontro trouxe nomes como o prefeito de São Paulo, João Dória Júnior, e o comentarista econômico da GloboNews, Samy Dana.

Na abertura do evento, o superintendente de Negócios do Grupo Sinos, Marcus Klein, ressaltou o objetivo do encontro, que é de auxiliar os empresários a pensarem o futuro dos seus negócios para 2018, por meio do exemplo de especialistas na área. “Aqui, todos estão em convergência quanto ao otimismo para o futuro”, disse.

A segunda intervenção foi do comentarista econômico Samy Dana. Professor e economista, ele disse acreditar que o Brasil passa “por um ponto de virada” na economia, mas que a recuperação será gradual. “Gostaria de dizer que não, mas os efeitos de uma recuperação plena só serão sentidos em 2019, embora já possamos perceber reações positivas já economia”, comentou, citando o avanço tímido no PIB para 2017, que segundo ele deve fica na casa de 0,3% a 0,5%, muito superior, porém, a queda verificada em 2016 (de -3,6%). “Infelizmente, temos um governo que, assim como o anterior, perdeu muito da capacidade de governar. Conseguimos avançar com a Reforma Trabalhista, que foi desidratada, e a Previdenciária ainda não saiu”, lamenta.

Dana ressaltou, ainda, que problemas estruturais fazem do Brasil um país pouco competitivo. “Aqui, um trabalhador custa 1,6 a 2,2 mais do que o seu salário. Temos uma alta carga tributária e uma infraestrutura pouco eficiente, o que nos coloca no a 123ª posição no ranking de negócios mundial”, acrescentou, ressaltando que a educação também é um problema de competitividade, pois o brasileiro médio não está preparado para o mercado de trabalho.

Por outro lado, Dana listou oportunidades que fazem do Brasil uma potência. “Temos um país jovem, em que 50% da população tem até 30 anos, um povo curioso, ávido por novidades, o que faz com que os gringos tenham fome de Brasil”, disse, acrescentando que, mesmo em crise, o Brasil recebeu US$ 78,9 bilhões em investimentos estrangeiros no ano passado. “O meu recado para o empresário é que ele não tenha medo de investir, que ele inove no seu produto. Hoje, das 10 maiores empresas do mundo sete são de tecnologia, altamente inovadoras. É preciso fugir da concorrência no preço, na qual os chineses, por uma série de questões, são imbatíveis. É preciso criar uma percepção de marca, uma experiência positiva para o consumidor”, concluiu.

O prefeito de São Paulo João Dória Júnior foi o segundo palestrante. Contando um pouco da sua história de vida, o gestor público se disse um não político. “Eu estou político, mas sou um gestor. Acredito que existem soluções simples que podem ser atacadas com uma boa gestão, especialmente se em parceria com a iniciativa privada”, comentou, lembrando exemplos de seus primeiros oito meses à frente da prefeitura da cidade mais populosa da América Latina.

Lição de casa - O evento fechou com um painel de debatedores, que envolveu a diretora-presidente do Badesul, Susana Kakuta – como mediadora -, o presidente do Conselho Deliberativo da Abicalçados, Rosnei da Silva, e o vice-presidente de negócios corporativos da Icatu Seguros, César Staut.

Na oportunidade, o dirigente da Abicalçados, que também é diretor financeiro da Bibi, destacou a história de mais de 100 anos do setor calçadista nacional. “Já passamos por duas guerras mundiais, por regime militar, por impeachments de presidentes e sempre seguimos produzindo calçados, desenvolvendo regiões e gerando renda para famílias que educaram seus filhos com essa atividade”, comentou. Segundo ele, mesmo com todos os problemas de competitividade, desaquecimento no consumo interno, o setor calçadista segue sendo fundamental para a economia brasileira, tendo produzido mais de 950 milhões de pares e gerado mais de R$ 21 bilhões no ano passado. “Hoje estamos exportando, com o apoio da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), para mais de 150 países, gerando 300 mil empregos diretos”, acrescentou.

Silva se disse, ainda, otimista para o futuro, especialmente a partir de 2016. “Hoje li que especialistas que esperavam a recuperação do consumo das famílias para 2020/2021 já estão falando nisso para 2019”, destacou. E para aproveitar esse momento, continua Silva, é preciso inovação e muito trabalho. “Os próximos anos serão de transpiração e inovação, nós precisamos, mais do que depender dos governos, fazer a nossa lição de casa, aumentando a produtividade e a inovação nos nossos produtos”, concluiu o dirigente.

Já o vice-presidente de Negócios Corporativos da Icatu Seguros, Cesar Staut, destacou que o Brasil tem metade do PIB da Alemanha, mesmo contendo mais riquezas naturais e uma população com 120 milhões a mais de habitantes. “A verdade é que precisamos ser mais eficientes, fazer as reformas necessárias para o desenvolvimento”, comentou.

A segunda edição do Fórum de Desenvolvimento Econômico teve patrocínio master da Merkator Feiras e Eventos. O patrocínio foi da Icatu Seguros e Badesul. Apoio foi da Abicalçados, Dataek Contabilidade, Tintas Killing, Bibi, Seguros Valderez, Opus, MRV Engenharia, Sicredi e Associação dos Municípios do Vale do Rio dos Sinos (Amvrs).
 
Fonte: Diego Rosinha/ Assessor de Imprensa da Abicalçados
Foto: Jornal NH

De Zotti - Assessoria de Imprensa
Em 12/09/2017

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