“Anúncio de medidas de estímulo à atividade econômica pode demorar”, diz Giovani Feltes

Por ACI: 09/04/2021

O deputado federal Giovani Feltes (MDB-RS) participou da reunião on-line do Comitê da Indústria da ACI nesta sexta-feira, 9, coordenada pelo vice-presidente Frederico Wirth. Feltes afirmou que, após a determinação do ministro Luís Roberto Barroso para que o Senado instale a CPI da Covid-19, o anúncio da reedição de medidas de estimulo à atividade econômica, como a redução da jornada de trabalho e suspensão do contrato de trabalho, muito aguardadas pelas empresas em geral, pode demorar um pouco mais.

Um dos motivos para o atraso é a indefinição quanto ao orçamento federal para 2021, que aguarda a sanção presidencial. Outro é uma possível reação do Senado à determinação de Barroso e a instalação da chamada CPI das Togas, para investigar eventuais atos ilegais cometidos por ministros da Suprema Corte.

O atraso das medidas para diminuir os efeitos da pandemia sobre as atividades das indústrias em geral, entre elas a calçadista, preocupa os empresários, que sinalizam com mais demissões, caso a indefinição persista ou nada seja feito. "Acreditávamos o anúncio seria feito em março, mas a segunda quinzena de abril se aproxima e não há nenhum indicativo de que possa ocorrer nos próximos dias, o que amplia a angústia dos dirigentes empresariais", afirmou o presidente da ACI, Marcelo Lauxen Kehl.

“O Governo Federal enviou ao Congresso um orçamento elástico, no qual foram feitos cortes para evitar um déficit ainda maior do que os R$ 247,1 bilhões previstos. Agora, o presidente Bolsonaro precisa decidir-se entre manter os cortes em áreas importantes e perder votos e sancionar o orçamento e correr o risco de crime de responsabilidade fiscal", explicou Feltes.

Reforma tributária

Giovani Feltes também disse aos integrantes do Comitê da Indústria que, em sua avaliação, dificilmente a tão esperada reforma tributária será realizada neste e no próximo ano. “O governo propôs uma reforma que, na prática, é apenas a fusão do PIS e da Cofins num novo imposto e tem sido ausente e, algumas vezes, até resistente às mudanças propostas pela PEC 45, do deputado Baleia Rossi, um dos projetos mais avançados em análise”, enfatizou.

Eleitor de Bolsonaro nas eleições de 2018, Feltes disse esperar que uma candidatura de centro possa fazer frente à polarização entre direita e esquerda em 2022. Denominando-se de isento atualmente, o deputado acredita que o Governador Eduardo Leite e o apresentador Luciano Huck estejam entre os possíveis candidatos à Presidência da República no próximo ano. “Desejo ardentemente que surja uma alternativa capaz de unir o país e, através da interlocução, levar o Brasil a retomar o crescimento. Se isso não ocorrer, Bolsonaro terá boas chances de vencer Lula no segundo turno”, finalizou.

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