Acredite: A sua fonte criativa interior é inesgotável!

Por ACI: 24/08/2015

“Se  Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam”  21AGO15

1-Conheça e domine a sua fonte criativa interior.

O processo criativo, fundamento essencial para a geração de inovações,  identifica-se como uma pré-disposição pessoal e interior, de agir de modo empreendedor  e  positivo,   com o propósito fundamental de desafiar o status-quo  tecnológico, político, econômico, social e o eco-ambiental vigente na sociedade,  o qual, na maioria das vezes é qualificado como “imexível” ou “insubstituível” pelos seus membros. A história mostra clara e repetidamente, paradigmas consolidados por longos e longos anos  e por isto classificados como  intocáveis,   serem a fonte de saltos radicais de melhorias e de inovadoras mudanças, as quais  redesenharam  radical e decisivamente,   os rumos e a vida das pessoas e da sociedade.  

Quando dirigimos a nossa curiosidade para  ler e saber como  se comportaram  e se comportam ainda hoje os grandes inventores/inovadores,   identificaremos neles um modo de agir e de pensar afrontador do status-quo existente,  relacionado, tanto   à  conceitos praticados e consolidados, bem como  à produtos e serviços  de amplo e contínuo uso pela sociedade.

Este modo contestador de agir daquelas pessoas que em algum momento de suas vidas desenvolveram e criaram algo inovador  ainda não pensado e também  não  existente, identifica estarem estas   “colocando em funcionamento e em ação, a sua fonte criativa interior”.  

Fugindo dos inventores “mais conhecidos e mais convencionais” falemos de alguns deles,  os quais tem uma  contribuição  até hoje pouco considerada como um efetivo impulso contributivo para a sociedade e para a humanidade.  Estes  desafiadores do convencional  mostram claramente,  a existência de uma fonte criativa interior de alto desempenho,  a qual se materializa  pelas suas inéditas contribuições para a humanidade.

Dentro desta linha de pensamento, estamos trazendo para este texto a figura de James Watt. Quem ouviu falar desta pessoa recentemente?  Certamente poucos!. Watt, pelos idos de 1765  à  1769  desenvolveu e estruturou a consolidação da máquina à vapor.  A expressão “consolidou”  é colocada, em função de existirem antecessores  que tentaram avançar  neste campo do saber, o uso do vapor como energia, porém as suas idéias não chegaram a se consolidar como uma idéia aplicável à vida das pessoas e da sociedade. 

As tentativas de desenvolver máquinas à vapor são portanto, anteriores  ao  sucesso de Watt, e a expressão  “sucesso”  é o indicativo de que as tentativas desenvolvidas por estes ousados antecessores e perseguidores, em colocar a força do vapor à serviço das pessoas, não foram o suficiente para estruturar e desenvolver na sua integralidade,  conceito de “máquina”.   

Watt fundamentou o seu avanço pela incorporação ou adoção de um cilindro  como fonte de movimentos alternativos gerados pelo seu pistão, capazes de serem transformados facilmente em um movimento rotativo.  Mais ainda, com o objetivo de economizar e evitar o desperdício de vapor e de calor, ele desenvolveu um dispositivo  chamado de condensador,  separado do cilindro,  cuja função é a de permitir a manutenção do calor em  elevado níveis,  no cilindro de força.  Este adequado nível de calor, permitia ao cilindro desenvolver, por consequência,  elevados níveis de eficácia  em termos de  força,  no movimento  de avanço e retorno da haste do pistão . 

Watt foi mais adiante ainda na sua capacidade inovadora, ou seja, ele desenvolveu a sua máquina pelo princípio do “circuito fechado” e não mais “circuito aberto”.  Para isto, ele fez o vapor atuar sobre as duas faces do pistão, de acordo com as necessidades do operador da máquina.  Deste modo, os movimentos de avanço e de retrocessos eram dotados sempre de força.  Foi um avanço significativo da máquina de Watt, que evoluiria ainda  mais, com o andar do tempo. 

Com o aumento das pressões do vapor conseguido pelo desenvolvimento e inovação tecnológica aplicada aos materiais de construção mecânica, nos anos 1800, são então construídas as primeiras  “máquinas fornecedoras de  movimentos rotativos de força”, ou seja, os movimentos  de vai-e-vem dos cilindros são transformados em movimento rotativo.  Estas máquinas fornecedoras de movimento rotativo consolidaram as suas aplicações, em particular nas indústrias, a partir de 1800.

A expansão da utilização destas máquinas, possibilitou então, a construção de trens  os quais se tornaram e são até hoje o mais eficaz sistema de transporte coletivo terrestre, seja de pessoas, seja de carga.  É lógico que hoje estes veículos de transporte não são mais movimentados por motores à vapor, porém a  concepção e uso de veículos de transporte de massa à longas  distâncias,  só  se tornou possível graças à inovação desenvolvida por James Watt.

Por outro lado, estas máquinas geradoras de força, quando “embarcadas”,  possibilitaram a construção de grandes navios dotados de altas velocidades de deslocamento. Em função da fonte de energia ser o vapor, os navios passaram a ser chamados de “vapor”.  Até hoje é comum denominarmos os navios  de “vapor”. O famoso Titanic que soçobrou em sua viagem inaugural, era um vapor, e tinha a característica de ser a maior nave construída até  então. 

Não podemos esquecer também que a utilização do vapor como  fonte de força, propiciou a condição da geração do  segundo princípio da termodinâmica, que nos diz o seguinte:  Um fluido aquecido é  possuidor de energia, energia esta passível de  ser entregue a um outro corpo.  Esta energia entregue, faz com que o fluído perca a sua temperatura original, e por consequência a sua capacidade de gerar continuamente força.   O cilindro com o pistão de uma locomotiva é o recebedor desta energia e este movimento de vai-e-vem, é transformado em movimento rotativo.

Todos estes fundamentos e colocações de ordem tecnológica são amplamente conhecidos pela sociedade moderna, porém quando da sua primeira aplicação por James Watt, eram totalmente desconhecidas e  por esta condição, tornaram-se os fundamentos de uma poderosa inovação que mudou radicalmente os destinos da humanidade. 

Certamente o transporte em massa de pessoas e de cargas, seja por trem, seja por navios, fez da máquina à vapor  de James Watt  uma das mais importantes e contributivas inovações.

Por todas estas colocações e evidências, pode-se então, afirmar que  James Watt  soube orientar o seu conhecimento e sua capacidade inovadora a partir do seu domínio  sobre a sua fonte criativa interior.

Assim com o Watt, milhares de inventores e inovadores  que já passaram pela nossa terra, os que ainda estão entre nós e os que  ainda estão por vir, tiveram, tem e terão de ter e dominar a sua fonte criativa interior.  Criatividade não se compra, se desenvolve internamente às mentes das pessoas.

2-Cuide bem  e cultive a sua fonte criativa interior.

As perguntas que não querem nos calar e são continuamente  inquietantes  expressam-se pelos questionamentos pessoais: Somos efetivamente criativos? Se não somos, como podemos ser criativos?  A criatividade é um dom de pessoas privilegiadas?.

A resposta à estas inquietações envolvem alguma complexidade, ou seja, ser criativo requer e se fundamenta em um trabalho mental contínuo, pois é esta atividade intelectual, a fonte do surgimento de inquietações, de  dúvidas sobre temas  fixados em nossa mente e da revisão de idéias já consolidadas como paradigmas “imexíveis”.   

Certamente a fonte mais efetiva da criatividade é aquela criada ou gerada  quando  revemos idéias,  tanto nossas como de outras pessoas.  Se estamos fazendo revisões, estamos abrindo portas e janelas para a criatividade, para trilhar novos caminhos sobre um tema pensado ser já dominado e esgotado em oportunidades de avanços inéditos.  

Avançando nestas colocações, temos também a impressão de que a criatividade começa e se consolida com alguns problemas classificados por nossa mente, como algo que nos desafia e nos inquieta.  Ela também nos persegue e “gruda” no nosso pensar inquietando-nos, quando  estamos “digerindo” informações   recebidas  pelos diversos veículos de informação e comunicação convencionais, os jornais e as revistas, ou pela internet, hoje considerada a maior e mais atualizada fonte de informações.  

Por outro lado é necessário ter-se em mente um fundamento essencial: o processo criativo se manifesta diferentemente para cada pessoa, e não somente isso, se desenvolve diferentemente para cada idéia ou tema em discussão.  

Ao pensar e desenvolver o que vem a ser criatividade desenvolvida de  modo individual e pessoal,  podemos afirmar, nesta busca incessante deste fator hoje essencial, ser mais importante do que o esforço em gerar soluções criativas,   a capacidade de acumular pessoalmente,  experiências criativas, de modo a se ter  uma idéia clara do que vem a ser “criatividade”.  Cada pessoa deve ter uma idéia bastante aprofundada da sua capacidade criativa, pois esta condição lhe dá o estímulo  tanto de melhorar esta habilidade, como de mergulhar na busca de soluções cada vez mais inéditas e complexas para problemas e desafios que surgem continuamente , sejam eles,  tanto pessoais, como organizacionais e principalmente da sociedade no seu  todo. 

O autor Jim Behnemann nos dá uma pista bastante interessante e orientadora  para crescermos  em nossa capacidade criativa. Diz ele, na sua condição de escritor e de músico:

“Eu realmente consigo gerar muitas idéias enquanto toco o meu trombone.  Este tipo de meditação que estou descrevendo, é um processo muito criativo. Quando pratico este meu instrumento musical,  não me importo com a música executada.  Não leio uma nota sequer.  Simplesmente toco as melodias que me vem a mente. Toco escalas, Toco exercícios lentos. Estou tocando o meu trompete e de repente algum pensamento  de negócios aparecem na minha mente. Eu o anoto.  Não sei como explicar, mas é só isso que acontece”. 

O resultado ou conclusão que tiramos desta manifestação de Jim Behnemann nos mostra ser a criatividade um dom desenvolvido pessoal e individualmente. Esta mobilização dos sentimentos e da mente como um todo, não acontece somente com este músico cuja visão pessoal sobre a criatividade foi altamente esclarecedora.

A criatividade portanto, se manifesta diferentemente para cada pessoa. Ela é individual e exclusiva e tem a marca pessoal. A criatividade tem a marca pessoal do seu praticante!  Esta afirmação é real, importante e necessária!. 

Nikola Tesla, o grande inventor, certamente o maior de todos que conviveram conosco aqui no nosso planeta, era acusado de buscar suas inspirações de inovação –a criatividade-  mantendo diálogos com seres interespaciais, em particular, com os habitantes do planeta Marte.  O poder da sua criatividade  foi algo incomum e até hoje causa admiração e questionamentos  relativamente à fonte destas inspirações criativas. 

3-Afinal, como podemos compreender o que vem a ser criatividade e como ela é capaz de nos impulsionar para irmos além dos atuais paradigmas que estruturam o mundo em que vivemos?.

Todas as colocações anteriores nos deram um clara idéia deste poder pessoal  inspirador da geração de mudanças e avanços significativos na sociedade onde vivemos, proporcionados pela criatividade.    

 Avançando mais no tema em descrição, perguntas essenciais  devem ser respondidas para podermos ter uma adequada   visão e principalmente o alcance e a amplitude do tema em descrição:

 -O que vem a ser Criatividade? 

 -Como podemos ser criativos?

 -Nossa criatividade é efetiva, ou seja, esta efetividade pode ser percebida  nos resultados proporcionados pela inovações e inventos por nós desenvolvidos?

Iniciamos colocando que, apesar de percebermos os avanços e as propostas desenvolvidas e implementadas pela criatividade, é difícil e até quase impossível descrever com clareza, a fonte  criativa interior das pessoas a qual torna estas potencialmente poderosas  para dar o “starter”, para promover o desenvolvimento e para dar continuidade   e o  sustento /alicerce ”  no processo de  geração e de  desenvolvimento de conceitos, fundamentos, produtos, serviços e outros bens tangíveis e intangíveis, definidores de novos e inéditos avanços para a sociedade e para a humanidade.

A criatividade pode ser entendida como o rastilho de pólvora que  permite a  explosão de uma bomba  acontecer e se efetivar!.

Voltando ao texto onde relatamos as criações/inovações de James Watt, que   a condição/ação mental desenvolvida por este inventor  ao decidir pelo uso do movimento alternativo gerado por  um cilindro impulsionado por vapor, para construir uma máquina disponibilizadora de energia cinética, na forma de movimento rotativo,  constitui-se em um ato criativo – de criatividade- pois este conceito e fundamento de gerar e disponibilizar movimento rotativo foi inédito para a história das inovações. 

A criatividade transformou-se no real e no inédito, quando o cilindro movido à vapor, transformou o movimento alternativo em movimento rotativo,  dotado de potência.  Uma das medidas de potência, denominada de “torque”, passou também a fazer parte do dicionário tecnológico.  Houve um “plim inventivo” na mente de Watt,  que o dirigiu para a escolha e decisão de   transformar  o  movimento alternativo, amplamente conhecido,  no movimento rotativo, e este “plim inventivo”  é a expressão legitima do que é a Criatividade.

A inovação foi gerada, após a materialização mecânica da máquina geradora de potência rotativa pela criatividade James Watt.

Foi igualmente a criatividade de Santos Dumont que gerou/definiu  o formato do primeiro avião  mais pesado que o ar, o 14BIS-.  O formato estrutural desta aeronave foi primeiramente desenvolvida pela criatividade do seu construtor, com base na sua criatividade. A partir desta concepção criadora, o 14-Bis foi construído e ao quando de seu uso, tornou-se a primeira aeronave a alcançar os céus.  Sem a criatividade o 14Bis  jamais teria sido materializado e se constituído em uma inovação  em termos de deslocamento das pessoas, que até aquele momento somente  acontecia por via terrestre.

Os dois inventores apresentados no texto, para implementar o conceito de criatividade,  nos permite também avançar  para colocar   que a essência da ação  criativa é a Intuição. 

A intuição é a geradora de um conhecimento “interno” inédito impulsionador  o qual se expressa pela criatividade.  A intuição é essencialmente uma ação da intimidade do inovador/inventor, pois ela identifica-se ou é conceituada como um conhecimento direto sem raciocínio consciente. A intuição sempre foi o alicerce essencial e poderoso para gerar   inovações.  Ela sempre esteve e continua  estar por de trás de grandes  saltos em termos de benefícios para a humanidade. 

De todas estas considerações, podemos extrair diretrizes essenciais para as pessoas desejosas de caminhar vitoriosamente na história, por suas competências em inovar, quando examinamos e avaliamos os comportamentos criativos de , James Watt,  Santos Dumont,  Nikola Tesla, Roberto Landel de Moura – o gaúcho inovador – , e de mais um grande “batalhão” de  personagens  expert´s  que “usaram e abusaram do poder da criatividade e da força da  intuição,  para, pelas inovações geradas,  ajudar a humanidade  a  avançar e ser mais humana e amigável.   

Criatividade e inovação são irmãs gêmeas siamesas, ou seja, são simultâneas ao empreendedorismo, isto é: Todo o inovador é simultaneamente um operador da criatividade  e todo o operador da criatividade é simultaneamente um inovador.  Por de traz desta ambivalência produtiva, está o “combustível mental essencial”, a intuição.  Sem a intuição certamente o processo criativo e inovador não se manifestaria, e portanto,  não existiria  pois não seria percebido como uma competência essencial dos seres humanos e da humanidade !.

Fica ainda um questionamento essencial: O que move a intuição?.  A intuição é movida pelo empreendedorismo cujo fundamento essencial é o da conquista do  futuro para fazer dele, um ambiente sustentável pelo progresso continuado e simultâneo, em todas as suas dimensões, ou seja,  a política, a econômica, a social, a tecnológica e a eco-ambiental.

E não se esqueça, o empreendedorismo, a intuição e por consequência a criatividade, são  inesgotáveis nas pessoas que sonham com um mundo melhor e mais justo!

É por isto que  a  criatividade estará sempre presente na mente das pessoas impulsionando  a sociedade no seu caminho para o futuro!  

Quem viver, verá!

Eng. MSc. Fernando Oscar Geib

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