A Série Calçado e Inovação: 1a. Edição: Uma Iniciativa Orisol do Brasil e Jornal Exclusivo

Por ACI: 29/05/2017

Associada: Orisol

O Jornal Exclusivo, em parceria com a Orisol do Brasil, dá início a uma nova série de reportagens. Desta vez, o foco do especial Calçado e Inovação é lançar luz sobre iniciativas revolucionárias, capazes de transformar processos e produtos da indústria do calçado. Entre os assuntos que serão abordados nas páginas da publicação estão robótica, inteligência artificial, big data, nanotecnologia, indústria 4.0, entre outros temas relacionados à inovação.

INOVAR PARA SOBREVIVER
Jornalista Michel Pozzebon

Inovação é uma das palavras mais faladas nos últimos tempos. Do  latim innovare, “renovar, mudar”  – de in, “em”, mais novus, “novo, recente”. Mas, na prática, o que é esse tal termo que tem feito muitas empresas repensarem  seus processos e produtos? O conceito de inovação é bastante variado, dependendo, principalmente, da sua aplicação. De forma sucinta, inovar é explorar, com sucesso novas ideias. E sucesso para as empresas, por exemplo, pode significar aumento de faturamento, acesso a novos mercados, aumento das margens de lucro, entre outros benefícios.

Dentre as várias possibilidades para inovar, aquelas que se referem a inovações de produto ou de processo são conhecidas como inovações tecnológicas. Outras derivações podem se relacionar a novos mercados, novos modelos de negócios, novos  processos e métodos organizacionais. Ou, até mesmo,  novas fontes de suprimentos.

Frequentemente, confunde-se inovação e processos de inovação com  melhoria contínua e processos relacionados a esse tema. Para que uma inovação seja caracterizada como tal, é necessário que seja causado um impacto significativo na estrutura de preços, na participação de mercado, na receita da empresa, etc.

É sobre este tema que iniciamos uma nova série. Nos próximos meses, a proposta deste espaço é trazer à tona exemplos e práticas inovadoras/ inspiradoras dentro e fora do País.

VALOR da UTILIDADE
Para o Coordenador e professor do Curso de Engenharia de Produção da Universidade Feevale, Felipe Morais Menezes, inovação é tudo que foi desenvolvido e que tenha algum valor de utilidade para uma empresa ou para o usuário final, podendo esse valor de utilidade se transformar em valor econômico. Contudo, só se fala em inovação quando se tem valor econômico. “Na verdade, inovar é resolver algum problema de grande parte da população, tendo assim, um valor útil, esclarece o docente.

MERCADO EXIGENTE
O consultor internacional de empresas e diretor da Coelho Consultoria Empresarial, Luis Coelho, acredita que a inovação é uma das pautas do momento, especialmente por star diretamente vinculada a um mercado cada vez mais exigente. “Somente ideias novas, diferenciação, podem manter uma empresa competitiva. Além disso, os consumidores querem cada vez mais novidades, querem ser surpreendidos, querem ter mais e melhor pagando menos”, pondera.

DIVISOR DE ÁGUAS
Na visão da gestora de Projetos da Associação Brasileira das Indústrias de Calçado (Abicalçados), Roberta Ramos, a inovação é um divisor de águas para o setor calçadista. “É o que contribuirá para que o setor continue existindo, crescendo e se desenvolvendo. Agora, se seguirmos trabalhando num mesmo modelo, não percebendo todas as mudanças que estão acontecendo nos três pilares (produto, processo e modelo de negócio), perderemos totalmente a competitividade”, avalia Roberta, acrescentando que estes pilares são trabalhados no Future Footwear – programa desenvolvido pela Abicalçados que visa mudar a cultura do segmento.

A especialista da Abicalçados afirma que não existe uma receita específica para se inovar no setor calçadista, mas que a chave da questão está diretamente ligada ao trabalho coletivo.”Não existe uma receita de bolo para a inovação. A gente não consegue dizer que tipo de produto precisamos produzir, qual tipo de processo, qual modelo de negócio da vez. A gente tem que descobrir isso junto e aí que eu acredito que entra a inovação. É preciso testar, errar e praticar. E talvez o mais importante de tudo isso seja trabalhar em conjunto, trabalhar com um setor unido de fato, descobrindo esses caminhos conjuntamente”, enfatiza.

IMPRESSÃO 3D AINDA NÃO É UMA REALIDADE PARA A INDÚSTRIA CALÇADISTA
A tecnologia de impressão tridimensional (3D) foi desenvolvida há mais de 30 anos nos EUA. A análise da trajetória de difusão do equipamento tem mostrado relevância na medida em que os impactos econômicos projetados para esta inovação estejam em centenas de bilhões de dólares anuais, em nível global, a partir de 2025. Por um lado, as impressoras 3D industriais influenciam a manufatura ao reduzir custos, encurtar prazos e aprimorar processos. Disponíveis primariamente para grandes empresas com alto poder aquisitivo e laboratórios de P&D, a velocidade de difusão é relativamente lenta, como observado na indústria calçadista.

Christian Thomas, diretor da Studio 10, onde são desenvolvidos, há quatro anos, projetos com impressão 3D, principalmente para a prototipagem de saltos e solados de calçados, destaca que a indústria calçadista ainda engatinha quando o assunto é impressão tridimensional. ” Quando começamos a oferecer este tipo de serviço, não tínhamos trabalho. Criamos esta demanda com prototipagem em 3D depois de termos convencido algumas marcas a investirem neste processo. Agora, já estamos pensando em manufatura aditiva, que significa, empregar esta tecnologia na produção”, explica.

POLÍTICAS PÚBLICAS
Para a OMPI (Organização Mundial de Propriedade Intelectual), os resultados do índice mostraram aumento das políticas públicas no sentido de impulsionar a inovação como algo indispensável para uma economia vibrante e competitiva. “Investir em inovação é crucial para elevar o crescimento econômico de longo prazo”, disse o diretor-geral da OMPI,  Francis Gurry. “No clima econômico atual, descobrir novas fontes de crescimento e ampliar as oportunidades levantadas pela inovação global são prioridades para todos os atores”, acrescentou. A agência destaca ainda que a inovação requer investimento contínuo. Antes da crise de 2009, os gastos com pesquisa e desenvolvimento cresciam a um ritmo anual de cerca de 7%. Em  2014, esse ritmo já havia caído para 4%. “Isso foi resultado de uma desaceleração das economias emergentes e de orçamentos menores para pesquisa e desenvolvimento nas economias mais ricas. Essa questão permanece como uma fonte de preocupação”, salientou.

BRASIL é 69o. NO RANKING MUNDIAL DE INOVAÇÃO
O Brasil ocupa a 69a. posição no mais recente Global Innovation Index ( Índice Global da Inovação, em tradução livre), publicado pela Organização Mundial de Propriedade Intelectual (OMPI). O documento demonstra que o País apresenta indicadores favoráveis em pesquisa e desenvolvimento e qualidade de suas publicações científicas, mas com fraquezas em seu ambiente de negócios e capacidade de gerar inovação e criação de novos negócios.

O Chile é o país mais bem classificado (44o.) na região da América Latina e Caribe, obtendo bons indicadores para instituições, infraestrutura e sofisticação de negócios, seguido por Costa Rica (45o.), México (61o.), Uruguai (62o.) e Colômbia (63o.).

O relatório sugere que enquanto a América Latina, especialmente o Brasil, entrou em um momento e turbulência econômica, é importante superar restrições políticas e econômicas de curto prazo e redobrar seus compromissos com a inovação no longo prazo .

China – pela primeira vez, um país de renda média, a China (25o.), uniu-se às economias desenvolvidas entre os líderes globais em inovação. O progresso da nação asiática refletiu a melhora do desempenho de inovação chinesa, assim como mudanças metodológicas como melhores métricas de inovação do índice.

TOPO – A Suíça emergiu como líder global entre economias inovadoras, seguida por Suécia, Reino Unido, Estados Unidos e Finlândia. Os suíços também ocuparam o primeiro lugar no ranking de 2015.

Fonte: Banca Sete Comunicação Integrada

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